segunda-feira, dezembro 13, 2010

Sonho ruim

Um sonho estranho, diferente. Muitas pessoas a muita volta e eu sozinho na multidão. Parece que todos se conhecem e falam a mesma língua, querem a mesma coisa. Enquanto eu apenas grito para ninguém ouvir, para ninguém entender, ou para alguém fingir que entende, mas com segundas, terceiras e quartas intenções. E são as mentiras, e o egoísmo e tudo aquilo me faz mal.

Eu quero sair dali, mas não consigo, eu não acho a saida, ou simplesmente não quero achar. Vejo nas paredes sujas maneiras de encontrar a saida, mas uma nova onda de pessoas me leva para o lado oposto. Eu preciso sair, estou sufocado. Mas eu já não tenho mais certeza se quero sair, mas também não sei porque iria querer ficar. É tudo muito confuso e ninguém faz sentido.

Talvez eu ainda tenha esperança de ser ouvido. A esperança que alguém pense como eu e que não estou alucinando sozinho, ou que estou vivendo alguma utopia que todos acham graça. Sonhador, mas isso é um sonho, com ares de pesadelo. Talvez alguém se salve, mas as vezes cansa e eu só quero sair, nem que seja tão sozinho quanto quando entrei.

Essas horas é bom acordar, e voltar para terra, uma zona mais confortavel. Lá tem pessoas que me fazem sentir bem, e mesmo que não falem a mesma língua que eu, e muitas vezes tenham interesses diferentes, eu não me sinto sozinho. E essa é a grande graça que os outros parecem não enxergar.

terça-feira, dezembro 07, 2010

Lost and sad

Não é que eu esteja cansado, porque eu realmente estou. Não é porque eu simplesmente não tenho nenhuma expectativa, porque realmente eu não tenho. Não é pela total incerteza e ausência de metas, porque elas existem. É simplesmente porque eu não sei mais.

Não sei o que me acontece. Não sei o que fazer. Não sei pra que fazer. Parece que minha vida estagnou desde o dia que eu não sei, e que eu simplesmente esqueci o que é sentir esperança. Parece que eu nunca tive nenhuma expectativa, porque a sensação é tão distante, tão aleatória que parece mais um sonho.

O pior é achar que tudo é muito simples, e que eu deveria começar a viver a minha vida. Só que, não sei como fazer. Eu estou sufocado, eu perdi o interesse, perdi a motivação, apesar de que a última nunca foi grande de qualquer forma.

Pode parecer egoísmo, mas eu queria por um tempo viver apenas os meus problemas, porque parece que eu cheguei a um ponto que não me importo mais. Ou me importo, mas tão aleatoriamente que é indiferente.

Adoro as festas, mas odeio fim de ano. Sempre me sinto algo estranho e inútil. Só não vou mais torcer para que 2011 seja melhor do que 2010, porque nos últimos 3 anos eu fiz isso e não ganhei nada além de frustração.

sexta-feira, dezembro 03, 2010

Mais um dia...

Hoje era um dia para sorrir.

Mas ainda não parece possível.

Tenho saudade dos meus problemas.

No mínimo hoje eu consegui rir.

Só não me parece o suficiente.

quarta-feira, novembro 24, 2010

Sempre aqui

E então você percebe que não sabe mais rir, rir de verdade. Você percebe que não gosta mais das mesmas coisas que os outros, não assiste aos mesmos seriados, ou não lê os mesmos livros, não ri das mesmas piadas ou mesmo sofre pelos mesmo motivos.

Se vê sozinho como um único ponto azul em um mar de pontos vermelhos, ou verdes, ou que cores sejam, totalmente diferentes e estranhos. Simplesmente não pertence. Então você observa pessoas felizes, pessoas que parecem bem, que você sempre achou estarem melhor do que você, e percebe que elas também ficam tristes, que elas também tem seus conflitos, mas que se dane, você ainda as considera numa posição melhor que a sua.

Então você não sabe o que fazer ou falar. Não sabe mais onde está, porque todos se foram e você ficou parado. Sempre parado. Talvez esperando o próximo trem, os próximos trens, sem jamais sair da estação. O destino de quem fica é justamente esse, ver todo mundo passar, até mesmo seus próprios sentimentos.

domingo, novembro 21, 2010

Ciclo

Somos importantes enquanto somos úteis, mas basta uma opção melhor para sermos guardados, deixados simplesmente de lado. Uma versão mais nova, mais empolgante, mais interessante, mais intensa, não importa, uma versão que nos substitui.

Porém nem tudo que é novo dura para sempre, normalmente é até mais frágil. Então ele se quebra, não é mais importante ou mesmo útil. É apenas um passado que dificilmente volta.

Então é hora de buscar o que estava guardado, o que foi abandonado diante do novo. E seguir assim, até que um dia apareça alguma outra novidade, e voltemos a ser guardados apenas esperando ser novamente lembrados.

Sorte que nem todos são assim.

domingo, novembro 07, 2010

Sei lá...

As vezes eu fico com vontade de escrever;
As vezes eu fico sem inspiração nenhuma;
As vezes eu fico parado apenas olhando a tela em branco;
As vezes eu fico apenas lendo o que os outros escrevam;
As vezes eu fico apenas sentindo o que os outros sentem;
As vezes eu fico apenas espectador das outras vidas;
As vezes eu fico tão ligado a isso que esqueço da minha própria;
As vezes eu fico tão perdido que não sei o que dizer;
As vezes eu fico tão preocupado que dói;
As vezes eu fico tão ansioso que pioro tudo;
As vezes eu fico com a sensação de querer sumir;
As vezes eu fico com vontade de gritar aos 4 cantos os meus problemas;
As vezes eu fico com a sensação de que apenas eu sou errado;
As vezes eu fico sem saber definir;
As vezes sei lá.

segunda-feira, outubro 18, 2010

Sem titulo

Comecei um texto e parei na metade, li alguma coisa e apaguei tudo sem nem pensar. Pensar talvez não me deixasse apagar, porque eu queria escrever, eu quero escrever, mas querer não é suficiente.

terça-feira, setembro 28, 2010

#Day 17 — Someone from your childhood


Lembro de seus cabelos loiros escondendo seus olhos atrás de sua franja. Lembro que sempre que estávamos no elevador alguma senhora elogiava seus cabelos, elogiava nossa aparente tranqüilidade, nos chamavam de pequenos anjos. Aparências enganam.

Lembro da última vez que vi sua tão elogiada franja. Era um dia comum, eu tinha acabado de chegar da escola e você veio me chamar para descer para o play, porque milagrosamente todo mundo estava lá embaixo, e era raro conseguir reunir todo mundo ao mesmo tempo no play. Eu obviamente estava pronto para ir, exceto que, meus pais não estavam, minha tia e a empregada tomavam conta de mim, minha tia havia saído e deixado ordens expressas de que eu só poderia ir para o play depois de terminar os deveres. Malditos deveres.

Então você desceu e eu fui bufando para o quarto. Maldita janela que dava exatamente de frente para onde todos brincavam e gritavam. Quem iria se concentrar quando sua própria mente estava lá embaixo com seus amigos? Eu que não, então, sem poder descer, resolvi participar a minha maneira, sem muita noção. Enchi balões de água e comecei a jogar pela janela. Não acertando ninguém, mas o espírito era que todos agora estavam atentos a minha janela. Eu não estava lá, mas estava participando.

Água, ainda era uma idéia normal, até eu ter o brilhantismo de pegar um tubo de cola colorida amarela, esticar o braço para fora da janela, apertar e nem olhar onde iria cair. E justamente onde? Em quem? Em você. Eu apenas ouvi gritos de felicidade e risos. Sua cabeça estava cheia de cola colorida amarela e todos em volta achavam muita graça.

Decidi que a melhor coisa a fazer era terminar o dever para poder descer. Feito isso, cheguei e haviam me informado, entre aplausos e urros, que você tinha subido para tomar banho e tentar tirar a cola. Você demorava, então subimos para te buscar.

Lembro até hoje do momento que toquei a campainha, e seu pai abriu a porta, vermelho, bufante, com raiva. Eu sempre imaginei que ele não gostava de mim, eu podia sentir nos comentários que ele fazia quando me via “quieto, quieto demais.”.

Então percebi que ele estava ligeiramente nervoso, e comigo. Tive a certeza quando ele gritou coisas como “irresponsável”; “garoto idiota”; “você tem noção do que fez?” e muitas das quais eu não sabia o significado, mas pelo tom não eram elogios. Obvio que não tinha noção, eu era apenas um garoto idiota de 9 anos.

Foi quando te vi atrás dele, na sua sala, através da porta, chorando, e você nunca chorava. E você estava com a cabeça raspada, cabelo extremamente curto e batido. Todos ficaram espantados e eu prendi a respiração e comecei a me arrepender, porque tinha feito meu melhor amigo chorar. A essa altura eu já ignorava seu pai gritando, estava apenas arrependido.

Muito sem graça, falei na hora que você de cabeça raspada tinha ficado até legal. Não era mentira, você realmente estava. Todo mundo concordou, ninguém riu de você, e eu fiquei satisfeito com isso. Então você sorriu e parou de chorar, foi quando voltei a respirar, e já estava pronto para descer para o play e voltar a brincar. Exceto que seu pai ainda não tinha terminado de gritar.

Até que ele finalmente perguntou se eu havia entendido, e eu prontamente respondi que sim, apesar da minha mente ignora-lo totalmente. Foi ai que ele resolveu que não deixaria mais você descer naquele dia porque eu estaria lá, ou descer quando eu estivesse no play, ou mesmo ir à minha casa. Sorte que você fez questão de ignorá-lo nessa parte, e sua mãe era partidária que você ignorasse.

Lembro também que depois desse dia você adotou o corte, e continuou raspando a cabeça durante os três últimos anos antes de você mudar.

Sinto falta dessa época, às vezes, me pergunto se hoje ainda seriamos amigos, se conseguiríamos manter aquela proximidade. Você sempre foi o mais próximo que eu tive de melhor amigo. Tínhamos gostos muito parecidos, jeitos de pensar parecidos. Gostávamos da mesma menina, a Vanessa, que sempre preferiu namorar o Caio, até porque, tínhamos o acordo de que nenhum de nós falaria com ela sobre isso. Tínhamos o mesmo gosto por dinossauros e a mesma vontade de estudar paleontologia (apesar de nenhum de nós conseguir pronunciar isso). Éramos viciados em ‘Onde está Wally?’. Passávamos grande parte do dia juntos, e tudo era feliz.

Até um dia que eu viajei nas férias, como sempre, e quando voltei você havia se mudado, e naquela época ainda não existiam e-mails, ou computadores, ou nada para manter contato. Éramos novos demais para alguém se importar em nos avisar para onde e quando iríamos, então simplesmente, um dia você sumiu e eu não tive mais noticias.

Fomos amigos por um bom tempo até, tivemos muitos histórias, aprontamos muito e nos safamos da maioria, benditos rostos angelicais. Mas realmente, gostaria de saber como seria até hoje, se o seu pai ainda não iria com a minha cara, se nós ainda teríamos gostos parecidos. Gostaria de saber se eu ainda te chamaria de melhor amigo, porque eu senti muita falta disso nos anos posteriores.

terça-feira, setembro 14, 2010

Viagem Catastroficamente Agradável

Era uma sexta-feira diferente, eu nem acordava direito e um caminhão chegava no meu prédio, a mudança estava finalmente começando, toda a bagunça de embalar as últimas caixas, carregar móveis, e várias pessoas levando minhas coisas enquanto eu simplesmente me arrumava para não me atrasar.

Ainda tive a sorte de ver alguns cômodos vazios. Estava tranqüilo, era um vazio diferente, a última mudança tinha me deixado relativamente triste, essa, estava me dando certa paz, exceto pelo caos que estava a minha volta. Não importava, era hora de ir ao aeroporto.

Uma viagem tranqüila, algumas turbulências, reclamação pessoal, mas não lembro de tantas turbulências antigamente, parece que os aviões de hoje não tem a mesma resistência. Cheguei em São Paulo, cidade agradável, aeroporto lotado, e ninguém para me buscar, isso depois de ter combinado com duas pessoas diferentes, que no fim poderiam ir para o mesmo local, que seja, não tinha ninguém.

Peguei um táxi e fui para a doceria do tio. Lugar agradável e com cheiro de chocolate. Alguns parentes, muito papo em dia, muitos doces, mais alguns doces, e outros doces, até o momento de finalmente ir ao alfaiate (nasci antes de 1990, não sei se existe outro nome para tal), tirar medidas para a futura roupa do casamento. Ser padrinho, divertido, mesmo que não tenha sido o único convite do ano.

Mas alfaiates ainda me deixam tenso. Alguém com fitas métricas, e medindo você, em diversas posições, fazendo você experimentar e trocar e vestir e tirar e trocar panos. Ainda tendo o prazer de ter sido selecionado para ir primeiro, e tendo tio e primo assistindo de camarote (eram os próximos) e fazendo piadas que deixavam até o pobre rapaz envergonhado ou rindo abertamente.

Eu sabia que demorava, não sabia que tanto. A roupa será extremamente quente, e começo a torcer para que tenha neve em outubro em São Paulo, existe alguma real chance? Algumas horas depois, todos devidamente medidos, fomos aumentar as medidas. Sim, estragar o trabalho de um alfaiate numa pizzaria é uma decisão inteligente. Por isso pedimos os 2 cm extras ao rapaz.

Sábado foi dia do chá bar, pessoas inventam cada nome, muita gente, muita festa, muita comida, poucas me agradavam, muito divertido, pouco tempo me restando. Passei o dia lá, e a noite também, chegando tarde na casa dos meus tios. Tarde o suficiente para dormir, acordar e ir embora no dia seguinte.

Acordar atrasado, me arrumar correndo, meu tio ainda fazer a surpresa de passar na loja e me abastecer de doces para trazer para casa, enquanto eu estava feliz achando que não teria que carregar bagagens extras. Outros parentes reclamando da minha ausência em visitá-los, mesmo os próprios constatando que não havia tempo. Viagem muito corrida, como eu esperava e imaginava.

No aeroporto ainda pude encontrar, atrasado obviamente, a Giu que estava tendo um ataque de risos, e a Lih com toda sua fofura e expressão indignada pelo meu atraso. Ainda tivemos tempo de comer algo, apesar da falha informação da Lih que existe comida decente no aeroporto, ri muito com elas, constatei o que já sabia, ambas são engraçadas e fofas, a Lih é fofa plus.

Subi levemente atrasado para a plataforma, ouvi meu nome ser anunciado, vi a cara feliz do funcionário da Gol quando eu cheguei correndo agitando minha passagem e ele perguntava meu nome para confirmar. Tive o prazer de ter todos os passageiros me olhando entrar, sentei e voltei feliz para casa constatando que, passar apenas um final de semana em São Paulo é muito pouco para tudo que eu queria fazer.

Minha sorte é que eu sempre volto, e espero que nessa volta as pessoas que ficaram levemente putas pela minha não-visita, fiquem mais felizes com a minha presença, o que me faz pensar o quanto elas são estranhas.

quarta-feira, setembro 08, 2010

#12 — The person you hate most/caused you a lot of pain

Admito que chega a ser irônico começar justamente pela carta que eu achei que seria a mais difícil. Difícil porque eu não costumo odiar alguém, e não lembro de muitas pessoas que me causaram algum tipo de dor.

Sinceramente, talvez nem você devesse ter essa carta direcionada, mas mesmo ainda gostando de você, mesmo que eu não sinta raiva ou rancor ou nada do gênero, principalmente por não haver motivo. Eu consegui pensar em você em um momento aleatório, consegui pensar em você como alguém que me deixou chateado e fez eu me auto questionar muito por um longo período.

Só por isso eu já deveria te admirar e te agradecer ainda mais, e realmente o faço, mas também não posso deixar de ficar triste. Afinal, eu sempre quis ser seu amigo, e sempre me esforcei demais para tal. Sempre. Talvez esse esforço em excesso que tenha atrapalhado tudo.

Eu sempre tratei todos bem. Sempre me esforcei para que gostassem de mim. Sempre fui legal com as pessoas, contigo incluso, principalmente contigo, porque eu realmente queria ser seu amigo. Eu admirava você, e achava engraçado, inteligente, e você falava coisas que eu sequer poderia imaginar ou teorizar, e acabava concordando com quase tudo no fim. Eu queria te acompanhar, queria ser como você, queria ter uma imaginação como a sua, ou simplesmente, queria pensar em coisas que fizessem você também me enxergar como alguém legal, como um amigo, como um dos seus.

Talvez eu ainda não tivesse essa capacidade, talvez ainda não tivesse muita noção, talvez eu ainda nem tenha, mas eu me esforçava para estar ali, me esforçava para agradar e muitas vezes era ignorado. Chegava a invejar os seus amigos, aqueles que você procurava, porque eu queria ser um deles, e me perguntava o que havia de diferente. O que eles tinham que aparentemente eu nunca chegaria a ter.

Eu sempre estava ali disponível para ajudar, para opinar, para ver algo novo que você tinha feito, uma foto, um texto, ou simplesmente para te ouvir, para você poder desabafar. Mas nunca era o suficiente e eu nem conseguia te culpar. Como ainda não consigo, até porque eu nunca o farei.

Eu obviamente ainda não compreendo, isso seria pedir muito, contudo tenho plena consciência que sentimento, mesmo de amizade, não é algo que se controla. É simpatia, é inexplicável, tem que ser recíproco, tem que acontecer. Você não pode gostar de alguém simplesmente porque ele também gosta de você. Não acontece assim, por mais que eu quisesse.

Não importa. Eu continuo tratando os outros bem. Continuo tentado ser legal com todos, inclusive aquelas pessoas que eu não sinta algo tão legal e profundo quanto à amizade, porque eu sei como é ruim você querer ser amigo de alguém e não conseguir, e simplesmente ser esnobado e se perguntar o que você fez de errado.

Não vou chegar a dizer que uma das minhas principais características eu aprendi com você, porque eu sempre fui assim, mas posso dizer sem medo, que a idéia amadureceu muito contigo, porque ali eu percebi que realmente machuca você admirar e querer ser amigo de alguém, mas não sentir nem um esforço vindo do outro, não receber atenção.

Eu sabia que bastava eu me afastar para você sumir, por isso faz muito tempo que não tenho noticias suas, mas é certo que quando eu me lembro de ti fico feliz. Só consigo realmente lembrar o que eu gostava em você. Parece que apesar de tudo eu ainda te respeito muito.

Mesmo depois de tanto tempo. Se a gente se conhecesse hoje talvez eu fizesse tudo diferente, ou não.

sexta-feira, setembro 03, 2010

Problema meu

Mania infantil de me preocupar demais. De me preocupar se estou ofendendo ou magoando alguém. Se algo que eu disse pode ser mal interpretado, ou se torne uma ofensa a décima potência. Medo de não ser desculpado.

Mania infantil de não revidar, de raramente retrucar. Deixar ser ofendido, até rir daquelas brincadeiras que machucam, já me habituei, apenas sentir e calar. Tudo pelo medo de ofender a quem eu me importo. Não ligo de ser ofendido. Eu nunca liguei, porque no fim eu supero. Sempre superei.

Já vi isso acontecer. Amigos brigando e ficando anos sem falar com outros por bobagens. Não perco meu tempo, porque eu supero. Fato é que as pessoas não aguentam um décimo do que elas falam ou fazem com as outras, por isso se ofendem, por isso discutem e brigam e saem magoadas. E sim, elas dificilmente superam.

Mania infantil, certo, mas sinceramente, é graças a ela que, apesar de parecer fraqueza, eu me acho mais forte que a maioria, porque eu aguento e raramente não supero.

sábado, agosto 21, 2010

eu sou...quem?

Lembro que uns dias atrás depois de anos mudei o nick no msn. O shade era Bruno novamente. Eu sabia que muita gente ali não estava familiarizada com meu nome, apesar de já ter esbarrado com ele por ai algumas vezes. Mesmo assim é estranho, e eu compreendo. Algumas pessoas simplesmente falaram que ficaram me procurando e não me achavam, outras simplesmente me excluíram porque não sabiam quem eu era. Até alguns amigos não-virtuais, que nem sonham em saber quem é o shade, estranharam a mudança.

A quem perguntava, eu apenas respondia, com a incerteza de sempre "Sei lá, eu estava muito shade". E não há como saber o que essa frase significa, apesar dela ter todo sentido.

O shade é efusivo, o bruno é mais cauteloso. O shade é mais paciente, o bruno é mais ansioso. O shade é mais exposto, o bruno é mais reservado. O shade é mais comunicativo, o bruno é mais calado. O shade é mais confiante que o bruno. O shade é menos inseguro que o bruno. O shade é tímido, o bruno é muito tímido. O shade fala merda, e o bruno também fala merda. O shade é no sense, e o bruno também não tem senso. O shade é o bruno e o bruno é o shade.

Quem eu sou? Eu sou aquele dali, e o outro também.

E eu precisava disso.

segunda-feira, agosto 16, 2010

Epic Fail

Eu planejava hoje começar a escrever a primeira carta para o projeto. Tudo até caminhava relativamente bem, eu comecei, minha paranóia me implorando para começar pelo primeiro item, e descobri que o que seria aparentemente o mais fácil, talvez não seja. Além do fato de ser extremamente irônico.

Simplesmente não estou bem, não consegui, comecei a ficar consideravelmente mais depressivo do que estava de manhã. A vida é isso, dias melhores virão, mas ainda não é hoje.

Contudo, algo na vida tem serventia. Larguei a paranóia de lado, e não vou seguir categoriamente a ordem das cartas, só espero realmente que isso não me faça deixar alguma(s) de lado.

sexta-feira, agosto 13, 2010

30 Days Letter Project

Acho que estou oficialmente entrando no Projeto, depois de pensar se valeria a pena. Conclui que, sim.


30 Days Letter Project
Day 2 — Your Crush
Day 3 — Your parents
Day 4 — Your sibling (or closest relative)
Day 5 — Your dreams
Day 6 — A stranger
Day 7 — Your Ex-boyfriend/girlfriend/love/crush
Day 8 — Your favorite internet friend
Day 9 — Someone you wish you could meet
Day 10 — Someone you don’t talk to as much as you’d like to
Day 11 — A Deceased person you wish you could talk to
Day 12 — The person you hate most/caused you a lot of pain
Day 13 — Someone you wish could forgive you
Day 14 — Someone you’ve drifted away from
Day 15 — The person you miss the most
Day 16 — Someone that’s not in your state/country
Day 17 — Someone from your childhood
Day 18 — The person that you wish you could be
Day 19 — Someone that pesters your mind—good or bad
Day 20 — The one that broke your heart the hardest
Day 21 — Someone you judged by their first impression
Day 22 — Someone you want to give a second chance to
Day 23 — The last person you kissed
Day 24 — The person that gave you your favorite memory
Day 25 — The person you know that is going through the worst of times
Day 26 — The last person you made a pinky promise to
Day 27 — The friendliest person you knew for only one day
Day 28 — Someone that changed your life
Day 29 — The person that you want tell everything to, but too afraid to
Day 30 — Your reflection in the mirror

quinta-feira, agosto 12, 2010

Janela

eu olhei pela janela e não vi ninguém.
eu olhei pela janela e apenas a noite estava lá.
eu olhei pela janela e vi o escuro.
eu olhei pela janela e percebi um brilho diferente.
eu olhei pela janela e percebi que vinha dos meus olhos.
eu olhei pela janela e me senti só.
eu olhei pela janela e senti medo.
eu olhei pela janela e não conseguia me mexer.
eu olhei pela janela e não sabia mais falar.
eu olhei pela janela e por lá fiquei durante horas.
eu olhei pela janela e vi uma fraca luz surgir no horizonte.
eu olhei pela janela e vi o preto ganhar cores.
eu olhei pela janela e vi o dia chegar.
eu olhei pela janela e vi pessoas novamente.
eu olhei pela janela e simplesmente sorri.