sexta-feira, julho 29, 2011

Nostalgiando

Ignorem o fato de que eu não tenho mais férias em julho desde algum tempo. Ignorem o fato de que agora eu tenho um ipod que eu uso apenas um décimo da capacidade. Ignorem tudo e me deixem.

Lembro das épocas que eu ia todas as férias duas vezes ao ano para São Paulo. Passar lá um mês ou mais. Onde ficava na casa dos meus primos. A rua era sempre cheia de crianças e adolescentes. Quase não passava carros, montávamos uma rede de vólei no meio da rua e xingávamos qualquer raro carro que atrapalhasse nosso jogo.

Lembro que após isso todos sentavam na calçada e ficavam conversando até duas ou três horas da manhã, e isso era um grande feito, até mães e tias começarem a surgir e nos puxar para dentro. Lembro dos amigos, das risadas, dos tombos em patins que eu nunca soube usar. Das corridas de bicicleta, dos tombos nessas mesmas bicicletas. Das vaquinhas para ir ao mercado comprar refrigerantes e biscoitos. Muitos biscoitos, e eu nem gostava tanto de biscoitos. De sentir saudades desses amigos de férias.

Então eu voltava para casa no fim, perto do dia 30 de julho sempre, afinal eu ainda precisava me adaptar ao ritmo normal antes das aulas começarem. Então eu entrava no ônibus, que era absurdamente mais barato do que avião, economizava o dinheiro do avião que meu pai me dava, gastava tudo em São Paulo, e pegava o 1001 com ar-refrigerado. Era o Rolls-Royce dos ônibus de viagem. Tinha tv e lanchinho. Lanche melhor até do que os atuais dos aviões.


Lembro que apesar da economia o tédio ainda era grande quando se tem 6 horas de viagem. Então eu pegava meu diskman ultra moderno e ficava ouvindo meus cds, que travavam quando o ônibus pulava. Com grandes e potentes fones, cantando alto porque a gente perde a noção que não está sozinho e se empolga.


Lembro de uma vez em especial que esqueci todos os meus cds em casa. Exceto aquele do Space Jam, sim do filme do Pernalonga, que tinha ficado lá dentro. Ele era interessante por ter adoráveis sessenta e um minutos de música aproximadamente. A solução na minha mente, que não podia usar relógio de pulso por alergia, foi ouvir aquele cd seis vezes seguidas, para saber que estava próximo de chegar em casa.

Bons tempos.

sábado, julho 23, 2011

Sobre Lamas e Lembranças

Existe um amistoso café-restaurante no Rio de Janeiro, Lamas, tão antigo quanto minha avó poderia se lembrar. Exceto que talvez ela nunca tenha ido. Frequentado por artistas, personalidades, e vários clientes carimbados desde a época em que os séculos ganharam sua maioridade.

Seu ambiente é engraçado, mantendo grande parte da construção original. Paredes forradas de uma madeira escura, aquelas cadeiras e mesas quadradas com toalhas extremamente brancas e um excesso de talhares, lustres com cristais antigos e uma iluminação precária. Os garçons em geral parecem ser os mesmos desde a fundação. Fazem parte da casa os cabelos brancos desfilando com suas bandejas e gravatinhas borboleta.

Alguns dizem que o  local perdeu parte do charme com a lei anti-fumo. Eu apenas acho que ele perdeu uma nuvem de fumaça que permanecia no alto e ganhou um novo teto, o qual eu nunca tinha reparado que existia.

Mas mesmo assim eu ia com família ou amigos de vez em quando, principalmente aqueles que tinham curiosidade de conhecê-lo, apenas para me lembrar porque eu não o frequentava mais vezes. Então quando essa lembrança sumisse eu poderia ir novamente, sem problemas, até que a sensação ficasse novamente fresca em minha memória.

Alguns lugares parecem ter esse poder sobre nós.

sábado, julho 09, 2011

i knew

Sabe aquele seu discurso de que nada iria mudar? De que tudo seria como antes, ou talvez melhor? Só porque você sabia que eu não estava gostando daquilo. E fazem anos, não é? Pois então, naquele dia eu já sabia como seria. Já sabia que não seria bom para mim.

Talvez seja apenas egoísmo meu, mas eu me dou esse direito, não tenho muitos egoísmos mesmo. Só sei que desde aquele dia, uma mente não tão madura, sabia exatamente como seria no futuro. E a tendencia ainda é se manter assim.

Desde novo eu sempre soube que idade não era um fator relevante em mentalidade e maturidade, são diferentes de infantilidade, por isso sempre tento tratar igualmente alguém que tem doze ou noventa anos. As pessoas não costumam fazer isso. Eu faço. E se naquele dia eu já sabia como seria, hoje eu só tenho certeza de que meu jeito de pensar não é errado.

Agora é continuar e me adaptar, não é algo que se pode mudar. Minha sorte, e maior azar, é que eu tenho grande facilidade de adaptação, apesar de ter grandes problemas com mudança. Contrastante, mas no fim, parece que apenas eu tenho que me acostumar.

quinta-feira, julho 07, 2011

My childhood

Desde novo eu sempre tive esse ar meio nostálgico em relação a tudo. Eu gosto do passado, do meu passado, e tudo o que eu vivi.

Só é triste quando eu penso que sim, teria feito mais coisas, teria vivido mais o que podia, e que é aquele tipo de problema que só resolveria nascendo de novo.Daqui há cem anos de preferência.

Eu realmente gostei de muito do que vivi, mas apenas queria ter aproveitado um pouco mais. Acredito que esse seja o tipo de pensamento que a maioria tem. Mesma vida e apenas algumas diferenças, e é justamente isso que me faz pensar se com essas diferenças eu estaria aqui hoje como estou.

Pensando bem...i loved my childhood.