segunda-feira, agosto 29, 2011

what am i?

Eu invejo as pessoas em vários aspectos. As vezes eu acho engraçado como elas amam e confiam com tanta facilidade. Facilidade pelo meu ponto de vista, pra elas é normal, pro resto do mundo é normal.

As vezes tem tantas coisas que eu queria falar. Sobre mim, sobre tudo, mas simplesmente não consigo. Não sai. E eu me esforço, eu tento confiar mais nas pessoas. E as vezes consigo um pouco. Tenho esses lapsos, mas eu também tenho um medo absurdo de ser chato e inconveniente. Um medo de incomodar, um medo de que se afastem de mim por causa dos meus problemas.

Eu diria que é irônico pensar que eu tenho medo de parecer fraco, porque eu não aparento ter esse medo. Eu nunca liguei de me submeter a ser o mais fraco, ou parecer ser. Nunca liguei de ser taxado o mais imaturo, ou o mais infantil (esse eu até me orgulho), ou o mais inocente, o mais burro e mais um monte de coisas que as pessoas consideram negativo. Apesar de eu achar que a fraqueza é justamente um dos meus maiores medos. Ambíguo e complexo, eu sei. Porque tem horas que eu me considero mais forte que a maioria. Muitos amigos meus já me falaram isso, talvez porque eles não vivem dentro da minha cabeça, e eu não tiro tanto as coisas de lá assim.

E de tanto medo de ficar sozinho, é assim que eu me sinto as vezes. No fim, eu só sei que eu não sei o que eu sou.

quarta-feira, agosto 24, 2011

Hoje...

Foi aquele tipo de dia estranho em que eu fiquei muito feliz por estar realmente triste.

terça-feira, agosto 23, 2011

Não há resposta quando não há pergunta

Eu sou uma pessoa naturalmente curiosa. Eu pergunto tudo sobre a vida das pessoas que eu gosto quando recebo o minimo de abertura. Por vezes tento me controlar por achar que estou invadindo demais a privacidade alheia, e chego a avisar que podem me mandar calar a boca, ou fico perguntando se estou exagerando. Até hoje, por sorte, sou feliz e encontrei apenas pessoas educadas que dizem que não, eu não costumo exagerar.

Me sinto com essa liberdade, porque eu parto de um principio de que as pessoas podem me perguntar qualquer coisa, o problema ficará apenas se eu vou ou não responder. Perguntas dificilmente me ofendem, e dificilmente eu a deixo sem resposta quando é sobre mim.

A grande questão é que as vezes eu me encontro em situações onde existe a curiosidade, existe a vontade, mas eu simplesmente me calo, a pergunta nunca acontece e eu fico sem saber. Não por achar invasivo, mas por ter medo da resposta, por ter medo de não aguentar.

São perguntas que eu imagino a resposta que vou escutar, e simplesmente me dou o direito de não ouvir, não naquele momento. Eu acredito que isso seja um ato um tanto quanto fraco em mim,.mas algumas dessas confirmações seriam realmente o tipo de coisa que eu não precisaria nessas horas.

A parte irônica é que por vezes esse silêncio é justamente a resposta que eu precisava para as perguntas que eu fazia a mim mesmo. Perguntas essas que ou eu não sabia, ou não tinha certeza da resposta. Aquela estranha confirmação silenciosa, quando você se dá conta de algo obvio, ou não tão obvio.

Não é exatamente o tipo de coisa que facilita a vida. Definitivamente não é, mas também não é nada que impeça de seguir adiante. Afinal tudo passa, e essa foi a primeira grande lição da vida que eu aprendi e nunca mais esqueci.

quinta-feira, agosto 11, 2011

O dia que eu quase perdi o medo de palhaços

Passei boa parte da minha infância tendo medo de palhaços. Geralmente não gosto de maquiagens pesadas, e rostos pintados. Eu chorava pra ninguém me fazer bigodinho em mim em Festas Juninas. Vamos combinar que nem todo o caipira tem barba.

Mas um dia aleatório voltando da faculdade eu vi uma criança chorando ao lado da mãe numa praça. Aquelas mães que não sabem mais o que fazer, enquanto o filho faz um escândalo sem razão. Então aquele ser colorido, de peruca amarela, roupas largas, cheias de bolinhas e listras e muita maquiagem no rosto apareceu na frente dele, e fez uma brincadeira com um balão. Uma brincadeira boba e inocente e ele parou de chorar e sorriu. Aquilo foi tipo mágico. A figura em si ainda me assusta, a maquiagem ainda é algo que me incomoda, mas o simbolismo e o poder são fascinantes. Palhaços tem o poder de fazer uma das coisas que me deixam mais satisfeito.

Eu tenho muito disso. As vezes eu acho que não vim ao mundo para ser o inferno de ninguém. Odeio essa sensação. Gosto de fazer as pessoas felizes. Ganho meu dia quando faço alguém sorrir, e realmente não entendo porque as pessoas não podem ser simples, e serem felizes com mais facilidade, ou tem que se incomodar tanto com os outros. É daqueles momentos em que eu acho que nasci no mundo errado.

Eu queria conseguir abraçar mais as pessoas, não necessariamente dizer mais vezes o quanto eu gosto delas, porque isso eu faço bastante, tanto que as vezes acho que um ou outro não acredita ou não leva tão a sério. Mas isso já é uma questão minha de insegurança, coisas que eu teria que lidar, e tento, mas a passos lentos.

As vezes eu consigo fazer algumas pessoas que eu gosto sorrirem depois de um dia triste, e é algo que me deixa extremamente satisfeito. Talvez alguns achem que eu me contente com pouco, mas eu não acho pouco. Por isso eu sou estranho. Eu gosto de ser estranho, e ainda tenho medo de palhaços, mas gosto do que eles significam.

domingo, agosto 07, 2011

Complexo de Tomoyo

É engraçado como eu sempre me pego nessa situação. Talvez dessa vez deveria ser mais fácil, porque é errado de certo modo, ou sempre parece ser. Mas eu pareço não ligar. Continua tão ruim como de todas as outras vezes, mas tão bom, que acaba valendo a pena.

Eu lembro quando era mais novo e assistia Sakura Card Captors. Achava nítido que a Tomoyo, melhor amiga da Sakura, sentia algo mais por ela. Era tão obvio, e meus amigos diziam que eu via coisas demais. Eu não devia ter mais de quatorze anos, e achava aquilo normal e bonito.

Havia um diálogo interessante onde a Sakura mostrava gostar de alguém, não lembro se já era o Lee ou o Yukito ainda, e acontecia a seguinte conversa (ou algo parecido com):

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Sakura: Tomoyo? E você? Não gosta de ninguém?
Tomoyo: Claro que gosto.
Sakura: Mas então?
Tomoyo: É que a pessoa que gosto, gosta de outro.
Sakura: Mas isso é muito triste.
Tomoyo: Não, não é. Porque eu gosto dela, e se ela está feliz, eu estou feliz também. 
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Na época eu até cheguei a pensar que eu era assim por causa desse diálogo, que eu achei simplesmente fantástico. Mas depois eu percebi que não. Porque eu já tinha feito isso antes. Uns dois anos antes, quando a menina que eu gostava me perguntou o que eu achava de um dos meus amigos. Me perguntou se ele era legal, porque ela gostava dele. E eu disse que era. Porque ele realmente era. Porque eu realmente achava que eles combinavam, e porque ela estava feliz com ele. Como eu não poderia estar feliz também?

Então as vezes parece que as coisas voltam. E elas sempre voltaram nesse aspecto pra mim. Talvez por isso eu diga que eu nunca amei alguém de verdade, já que eu nunca tive um sentimento de posse maior do que a felicidade alheia. Ou talvez eu tenha vindo ao mundo apenas para assistir a ajudar a felicidade dos outros. Mas nunca descobrir exatamente como ela é.

Apenas sei que certamente não foi a primeira vez, e nem será a última. Mas como em todas as vezes, sempre dá aquele gosto amargo e uma sensação estranha. Porém parece ser a melhor coisa mesmo. E isso nem é tão reconfortante, mas também não é o único lado positivo. Só espero que você sorria no fim.