quarta-feira, maio 30, 2012

Sete chaves

Guarde um segredo a sete chaves
Esconda dentro de uma sacola;
Dentro de uma caixa;
Dentro de um baú;
Dentro de um cofre.

Coloque dentro de um armário;
Dentro de um quarto;
Dentro de uma casa;
No ponto mais alto de uma montanha.

Guarde todos os seus segredos;
Guarde tudo de todos;
Porque se o que você tem melhor magoou as duas pessoas que você mais ama;
Teoricamente o que você tem de melhor;
Então tema o estrago que faria se soubessem das outras coisas.

Guarde tudo e nunca mais deixe nada escapar.
Engula a chave. Todas as sete.
Seja a chave. Todas as sete.
E tranque para todo sempre.

domingo, maio 20, 2012

Papel de bala

Eu estou me sentindo descartável. Não é como se fosse a primeira vez que me sinto assim, mas é uma das piores. Acho que porque eu realmente me senti importante, e então simplesmente nada. Acho que é porque eu realmente sinto muita falta, e então simplesmente eu não sei se sou necessário ou benquisto. Acho que é porque eu eu não quero ser um problema, e então simplesmente eu não sei se espero ou se vou atrás.

Eu sei o que quero, mas eu não sei se devo. No fim parece que cada vez que eu tento chegar a uma resposta eu ganho mais perguntas. Só sei que eu não esqueci, eu não desisti, eu estou aqui e estou apenas esperando, só ainda não sei o que.

when it hasn't been your day, your week, your month, or even your year, but
i'll be there for you when te rain starts to pour

terça-feira, maio 15, 2012

gray eyes' boy

Um dia atípico e nublado e ele estava sentando em sua cama ouvindo música em seu mp3, enquanto olhava o nada pela janela. Sua casa tinha vista para as casas vizinhas e ele poderia estar lá fora com seus amigos, mas ele não se sentia bem vindo. Ele se sentia diferente. Ele se sentia um problema.

Ele tinha olhos cinzas e cabelos cacheados que cobriam parte da testa. Ele não sabia o que queria da vida. Ele não sabia o que ia fazer amanhã, ou porque faria algo amanhã. Ele respirava calmamente apesar de seu coração estar acelerado e apertado. Ele era todo errado e podia ver isso nos olhos de sua família.

Só que ele queria ser diferente. Ele queria ser diferente do que ele era e mais parecido com todo mundo. E ele não conseguia. As pessoas diziam que ele era único. Sim, ele era, mas isso não lhe parecia mais algo bom. E ele apenas sentava na janela observando o mundo acontecer através de seus olhos cinzentos.

Ele estava sentado na cama e sua boca não se mexia, mas ele pedia socorro. Internamente ele pedia. Ele não queria aquilo, mas ninguém ouvia. Ninguém realmente ouvia. Sua mãe estava ocupada demais conversando no telefone com alguma amiga, enquanto seu pai ficava o dia inteiro no trabalho e chegava tão exausto que não conseguia trocar uma conversa mais longa do que um boa noite. Seus irmãos, ou eram pequenos demais para perceber e fazer algo por ele, ou simplesmente eram velhos demais para se importarem com alguém além deles próprios.

Seus amigos do lado de fora apenas corriam e gritavam e se xingavam e brigavam e faziam as pazes e continuavam gritando e criando coisas novas e com tanto barulho eles também não conseguiam ouvi-lo. Era um grito silenciosamente ensurdecedor. Sua boca ainda não se mexia, mas ele continuava gritando.

As nuvens lá fora tinham um tom cinza, como em seus olhos, e havia começado a chover, como em seus olhos. E o som dos trovões abafava ainda mais seu pedido silencioso. Ele pode observar todos correndo desanimados para suas casas procurando abrigo. A chuva tinha esse poder de acabar com a felicidade alheia em poucos segundos, como seus olhos.

Ele agora estava deitado na cama segurando as próprias mãos enquanto ouvia a mesma música durante todo o dia. Seu irmão entrou em seu quarto, olhou diretamente para seus olhos cinzas, reclamou algo sobre a chuva, pegou o que tinha ido buscar e saiu. Ele também não ouviu. Ninguém ouvia.

Seus cachos caiam sob sua testa. Seus olhos piscavam devagar. Ele não sabe quanto tempo ficou ali parado apenas olhando o teto aquela noite e gritando em silencio. Apenas ficou lá tempo demais. Sua respiração ia diminuindo, sua boca se mantinha fechada, ainda segurava suas mãos e pensava e lembrava e se culpava e sentia. Até que ele fechou os olhos. A escuridão cobriu o cinza e finalmente havia parado de chover.

sábado, maio 12, 2012

Hitch

2 meses....

1 mês...

hoje...
___________

Do you know the definition of "perseverance", Miss Melas?

quinta-feira, maio 03, 2012

a blue pixel between black pixels

Eu estou me sentindo sozinho. Absurdamente sozinho, e isso acaba criando um ciclo do qual eu não consigo sair. Porque eu atribuo essa sensação ao fato de eu andar triste e por isso pouco chamativo. Como se ninguém se interessasse, então eu fico cada vez mais triste e cada vez mais sozinho. Dai eu lembro que eu tenho que ficar feliz, para fazer os outros felizes e ter pessoas por perto, as pessoas que eu gosto. Mas isso nunca dá certo, porque não é natural.

Eu sei que eu estou me sentindo sozinho, mas eu estou com várias pessoas em volta como sempre. Ainda me sinto vazio e sei porque me sinto vazio, mas acho que não é essa a única questão. Eu estou com todo mundo onde sempre esteve, mas eu devo estar mais carente que o normal. Então eu volto a me questionar sobre a vida e tudo mais. E eu me sinto cada vez sozinho, como se não houvesse mais uma razão de ser.

Meu professor diria que estou vivendo o mal da sociedade moderna. Não me interessa o nome ou o que isso signifique. Eu só queria não me sentir mais assim. Odeio me sentir assim. As vezes eu acho que só queria a minha vida de volta. Eu nunca me importei em ficar sozinho, mas isso hoje parece doer muito. Talvez porque eu percebi que antes não valia a pena e porque eu achei o que era certo. Agora eu só preciso me achar de novo, e simplesmente, não perder mais do que eu acho que já perdi. A unica coisa que eu sei é que eu não desisti.

quarta-feira, maio 02, 2012

Sem definição

Ontem foi um daqueles dias estranhos. Eu não estava me sentindo bem, como tem acontecido com frequência, então simplesmente durante o almoço e uma conversa um tanto quanto diferente eu acabei contando para minha mãe que eu estava apaixonado por um garoto (nunca esqueço a palavra eufemismo cada vez que menciono apaixonado), quando ela no mesmo instante já mostrou saber de quem se tratava. Fato que não me surpreendeu.

A reação dela em si foi mais surpreendente. Houveram algumas perguntas padrão, todas prontamente respondidas. Algumas sugestões e preocupações. Muitas esperadas. E uma certa calma, algo que eu realmente não esperava. Só que ultimamente eu aprendi a não confiar tanto nas reações iniciais das pessoas, obviamente a maneira que eu levar daqui por diante vai interferir na reação e isso eu também aprendi, apesar de ter consciência que nem tudo é culpa minha, ou está sob o meu controle.

A grande questão é que meu maior medo é ela ficar triste ou algo do gênero, já que eu esperava uma explosão ou uma reação mais agitada. Eu ouvi algumas coisas que me fizeram ver que não é tão simples. A parte mais difícil será mostrar que é possível gostar de alguém independente do gênero, e a forma mais pratica de rotular isso, apesar de eu não gostar de rótulos, é o bissexualismo. Mas eu já tinha consciência que em muitos casos ele é mais difícil de compreender que os extremos.

Eu só sei que foi uma conversa longa e bem interessante. Só sei que eu me senti um pouco mais leve em relação a isso. Só sei que ainda virão muitas conversas parecidas sobre isso. Só sei que no mesmo momento eu queria ter falado para você como foi e como eu me senti. Eu só sinto as vezes que a minha vida está ficando de cabeça para baixo. Só sei que talvez eu tenha feito a coisa mais certa do mundo, ou talvez simplesmente não.

Só o tempo mesmo. E como um bom ariano, eu odeio o tempo.

terça-feira, maio 01, 2012

Sobre maffias e palotinas


Hoje eu estava lembrando de você e do quanto nós eramos proximos. Lembro que a gente se identificava absurdamente entre Harry Potter, Linkin Park e Eminem. Lembro que você era filha do Eminem e casada com o Chester. Lembro de muitas das nossas conversas e da nossa vontade de ir a um show juntos. Lembro que eu sempre te chamava de Mel, ou Maffy ou Carol Wood. Você sempre seria a Senhorita Wood para mim. Lembro que seu nome de verdade era um mistério. Lembro que levei anos para ver uma foto sua. Lembro da sua prima fanática pelo furacão e o quanto todos achávamos que vocês eram a mesma pessoa. Lembro do seu aniversário e consequentemente do dela.

Eu lembro das conversas e dos gifs, das discussões e dos ships. Das fics e dos blogs cheios de coisas brilhantes e luminosas. De fotologs e vocês me convencendo a mudar do icq para o msn. Eu lembro do quanto eu gostava de você, e do quanto eu me sentia bem conversando contigo e rindo contigo.

Você era uma das minhas melhores amigas naquela época, e hoje eu olho para você e vejo que você cresceu. Eu sei bem menos de você do que eu sabia naquela época, apesar de agora ter você no facebook, saber seu nome e sobrenome, ver quantas fotos suas eu quiser. Naquela época eu sabia o que você pensava, o que você sabia, e tudo o que sonhava ser. Hoje eu sei apenas tudo aquilo que todos os que não estão tão próximos sabem.

A unica coisa que eu sei que não mudou é o quanto eu ainda gosto de você e começo a sorrir quando lembro daquela época. Senhorita Wood, a guria que nunca deixará de ser uma das minhas melhores amigas da vida.