terça-feira, agosto 26, 2008

Friendship never ends?

O mundo está cada vez mais cheio. Isso é totalmente indiscutivel. No Brasil registrados existem mais de cento e noventa milhões de pessoas. Número que se divide bem entre suas maiores cidades. E mesmo estando dentro de uma dessas metrópoles, seria possivelmente alguém se sentir sozinho?

Possivel e esperado. As pessoas se afastam cada vez mais. A insegurança e a desconfiança inibim qualquer aproximação. Preconceitos, regras ilógicas, e pequenas diferenças só ajudam a distanciar. Cada um individualmente afogado no egocentrismo dos outros e do seu próprio. Quase um autista. Vivendo em seu próprio e fechado mundo, sem olhar ao redor. Com medo de olhar. Medo do que pode encontrar, medo de se machucar, medo de ser necessário.

Uma vez li um autor afirmando que banalizaram a palavra amigo. Hoje em dia qualquer um é amigo, um mero conhecido é amigo, alguém que você simplesmente sabe o nome vira amigo. Seria isso uma tentativa de aproximação instintiva das pessoas? Afinal, teoricamente quem tem amigos não está sozinho. Mas não é fácil ter amigos, muito menos ser amigo. A palavra não é um simples nome, é um sentimento, é um mérito.

Não tenho o costume de chamar qualquer pessoa de amigo. Talvez por isso não sejam muitos os que tenho. Mas sou do tipo que prefere qualidade a quantidade. Conheço pessoas que dizem ter mais amigos que eu e mesmo assim sente-se tão sozinhas quanto.

Então, qual seria a solução? Não existe. Mesmo que cheio de pessoas ao redor, por momentos você se sente sozinho. É uma necessidade de aprender e saber que você as vezes tem que contar apenas consigo mesmo. Sempre soube disso, mas percebi ainda mais com alguns acontecimentos recentes. Dizem que a distância não a vence amizade. Realmente não vence. Tanto que muitos dos meus amigos eu nunca vi pessoalmente. E mesmo assim eles me entendem e conhecem tão bem quanto os que vejo quase que diariamente. Mas a proximidade ajuda. E alguém ir para longe nunca é bom.

Contudo ninguém é inteiramente aquilo. Logo, ninguém te conhece plenamente. Nem eu mesmo me conheço totalmente, como então poderia cobrar isso de alguém? Não posso. Não devo. Mas somos humanos e fazemos isso. Principalmente nesses momentos mais intimos que sentimos que estamos sozinhos. E nessa hora que os amigos são importantes, que mesmo longe ou perto, mesmo sem entender, inconscientemente eles ajudam.

Ainda posso me sentir sozinho em alguns momentos, mas no minimo mais feliz.

sexta-feira, agosto 15, 2008

Universo ao meu redor

As palavras e os sons sempre foram importantes. A escrita é clara, mas é a voz que chega ao ouvido de todos. As palavras se formam, mas quando são ouvidas parecem ter mais força. Uma frase dita no momento certo tem o poder de salvar um dia. Uma informação também pode destruir eternamente. Se som de um martelo pela manhã irrita, a voz dos amigos deixa qualquer um feliz. Palavras e sons, juntos em melodia, harmonia e música.

Momentos importantes da vida de cada um. Momentos que acompanham a todos. Em todos os tempos. Todas as fases da vida. Idolos surgem, novos, antigos ou atuais. Cada um cria sua cadeia musical. Importante, intacta, viva em sua mente, memória e lembrança.

Afinal eu que comecei na infância ouvindo o Balão Mágico perguntar quem não sabe assoviar e achava isso super fantástico. Numa época onde as músicas eram mais inocentes, sem vulgaridade, crianças ouviam simplesmente música para crianças.

Então descobrimos todos os problemas da vida, crescer e todas as suas dificuldades. E em alguns momentos ter apenas lágrimas e chuva como o Kid Abelha, sentado em frente a janela do próprio quarto. Um quarto que é seu mundo. Um mundo que é seu Infinito Particular tal qual o da Marisa Monte.

Não há nada melhor que viver a Velha infância lembrada pelos Tribalistas. Numa época que éramos apenas Garotos iguais ao Leoni, felizes, sonhadores e despreocupados. Mas como cantava Cazuza, o tempo não pára. Ele não espera ninguém, não pede passagem, apenas impõe suas regras.

O mundo é injusto. As pessoas são injustas. Você continua crescendo, o tempo não dá trégua. Elis Regina disse que ainda somos como nossos pais. Devemos ser, mas sem deixar a individualidade. Sua filha era igual e diferente, Maria Rita contava a história de algúem desconhecido que valia a pena se espelhar, de um cara valente. Como todos querem ser, mas poucos conseguem.

Compreender o mundo, um lugar dificil. Aprender com Cássia Eller toda a malandragem para sobreviver e seguir em frente. Você conhece a terra e Djavan te apresenta o oceano. Mostra que o mundo é maior do que você imaginava. Roberto Carlos simplesmente diz então que é preciso saber viver. Possivelmente está certo, mesmo não sendo tão simples. Não para todos. Tudo parece mais dificil.

Mas eles estão lá. Eles ensinam, as pessoas seguem os passos. Suas idéias. A música de cada um presente na vida dos ouvintes. Letras eternas, cheias de significado. Cada qual deixando sua marca, seu momento. Nas horas mais dificeis. Eles distraem, relaxam, tranquilizam, energizam, revolucionam, alegram e principalmente questionam.

Gabriel O Pensador me pergunta até quando as pessoas vão aceitar o modo como agem e são tratadas. Mudar o mundo parece ser uma realização. Los Hermanos ensina a ser o vencedor. Não um simples vencedor, mas um humano que sabe a glória de chorar. Enquanto Raul Seixas grita tente outra vez para quem quiser ouvir. Não desistir é uma ótima lição. Ana Carolina e Seu Jorge juntos concordam dizendo apenas É isso ai. Não precisam de mais nada.

Um lugar repleto de artistas respeitáveis, gostaria de citar todos, mas o mundo é grande. Não desmecerendo o repertório estrangeiro muito marcante também em minha vida, mas existem vários talentos brasileiros que também não puderem ser citados, apesar do merecimento. Ensinaram e emocionaram tanto quanto.

Afinal para que discutir? Se até o Skank prefere a garota nacional. Devo concordar. De certo não sou louco, mas espero que seja no minimo um maluco beleza.