sexta-feira, outubro 14, 2011

Quem eu gostaria de ser?

Esses dias eu andei pensando em algo muito aleatório, que realmente nunca tinha me ocorrido de fato, ou no minimo não com tanta força. Eu adoraria nascer de novo. Sim, deixar de existir hoje e começar novamente a vida. O lado negativo é que certeza eu não iria com conhecimento adquirido, então talvez minha personalidade mudasse tanto que não fosse eu mesmo, ou eu fizesse as mesmas escolhas que me fazem hoje pensar em começar de novo, que no fim não faria a menor diferença.

E isso não está relacionado a tristeza ou nada do gênero, porque eu finalmente posso dizer que estou começando a ficar bem. Provavelmente voltando ao processo de solidificação, o que é muito bom. E posso dizer que estou voltando até melhor, ganhei umas habilidades extras que antes eram pouco usuais. Ou talvez nunca tenham sido realmente necessárias, não sei, só sei que precisei agora e até consegui usar, de forma limitada, mas consegui.

Voltando ao assunto sobre começar de novo, eu realmente ainda mantenho a máxima de que eu jamais iria querer ser outra pessoa. Eu queria voltar a ser eu mesmo, mas como falei, se possível, com a mentalidade atual. Minha vida seria provavelmente bem parecida, mas com algumas coisas bem diferentes, talvez nem todas boas, talvez algumas ruins, ou outras que me fizessem me arrepender de querer isso, mas certamente, por enquanto é um sonho não realizável que eu tenho.

O que você faz quando as coisas que você mais quer não há dinheiro (ou cartão de crédito) que compre?

quarta-feira, outubro 12, 2011

Onde Vivem os Monstros

Era uma noite que eu não tinha plano nenhum, e pouco animo também. Era uma noite comum antecedendo um feriado. Então duas amigas vieram aqui em casa e combinamos de ver um filme, foi quando dentro os dvds que eu comprei faz séculos e que nunca vi estava Onde vivem os monstros.

Inicialmente relutei, porque é um filme que eu tinha consciência de que ia gostar, mas sabia que não é qualquer pessoa que gosta, porque ele exige desprendimento e imaginação. Por sorte todos adoraram, eu incluso, mais do que esperava. O filme é realmente bonito, com uma linguagem leve e bem infantil, mas com tons  de uma delicadeza séria absurda.

Eu me identifiquei não apenas com um, mas com vários personagens. E incrivelmente também me identifiquei com o personagem principal (um garoto muito fofo), o que é um milagre, já que eu nunca me identifico com eles. Aliás, é mais do que obvio se identificar com vários personagens ao longo da história, mesmo que não existam muitos, e todos estejam bem centrados em suas personalidades.

Eu estou realmente me controlando muito para não me empolgar e contar o filme inteiro, porque eu o achei simplesmente genial. E quem me conhece sabe que eu odeio indicar coisas que eu gosto, porque não quero ninguém no meu ouvido reclamando que eu indiquei algo ruim, quando eu acho uma das coisas mais fantásticas do mundo.

O filme é realmente mágico, meus olhos brilharam e fez todo o sentido do mundo para mim. Foi surpreendente e me deu aquela sensação de que era o tipo de coisa que eu precisava assistir. Engraçado que apesar de ter comprado ele faz mais de um ano, parece que eu realmente precisava ter visto ele apenas hoje, porque fez ainda mais sentido do que poderia ter feito antes.

É nessas horas que eu percebo que como eu ainda consigo tirar lições inteligentes de um filme, inclusive de um dito infantil, que felizmente ainda não cresci totalmente. E eu não poderia estar mais feliz comigo mesmo, uma coisa que eu estava precisando.

terça-feira, outubro 11, 2011

As vezes eu também preciso deitar

Desde sempre eu sei que eu tenho um problema grave de me abrir com os outros. Chegar para alguém e falar um problema meu, daqueles que realmente me afetam é quase um parto. Então naquela noite tudo o que eu precisava era ser ouvido. Na realidade eu queria mesmo era conversar e ouvir e falar aleatoriedades e rir e ser feliz como sempre fui, mas como eu não estava conseguindo isso, então eu senti que precisava ser ouvido. Aliás, eu não senti, apenas aconteceu como acontece quando se chega ao máximo do suportável.

Fiquei bem feliz aquele dia que você estava ali, e que eu consegui conversar tão bem contigo. Me senti realmente aliviado aquele dia. Não que os problemas tenham passado, pelo contrário, eles persistem e vão persistir por um bom tempo, mas naquela noite eu tenho certeza que eu dormi mais leve.

Obrigado!

sexta-feira, outubro 07, 2011

Cachorros são patéticos

Antes de qualquer coisa deixo claro que, apesar de eu ter medo de cachorros, eu não desgosto deles. Eu até gosto. Acho-os fofos e bonitinhos, só que geralmente eu não confio neles e em seus dentes.

Eu sei que eles são eternamente leais aos seus donos, provavelmente os melhores amigos que muitas pessoas tiveram, ou ainda têm, na vida. E que são poucos os casos que o cachorro não é parte real da família. Não duvido também do amor dos donos, do carinho e tudo mais. Acho até uma relação legal, bonita, uma pena que eu não confio neles.

Só que geralmente você chega em casa depois de um dia cheio, com todos os seus problemas, precisando resolver outros mil casos, então você coloca a chave na porta e é o sinal de alerta perfeito. Seu cachorro vem na velocidade da luz correndo em sua direção, pulando, latindo, abanando o rabo, te puxando pelo braço, pelo pé, subindo nas suas costas, mordiscando seu joelho e fazendo círculos a sua volta enquanto você tenta terminar de entrar. Então você faz um breve carinho na cabeça dele e segue sua vida, deixando ele lá sozinho.

Sozinho igual ele passou o dia inteiro te esperando, se perguntando onde você estava, como você estava, tentando achar o seu cheiro em algum canto da casa para matar as saudades que sente de você.

Você então segue para o seu quarto para resolver qualquer coisa que você tenha que resolver, e espera que ele te entenda, afinal, você está ocupado, mas ele apenas quer sua companhia. Então ele aceita ficar ao seu lado, vendo você trabalhar, com os olhos brilhando, mas mesmo sem receber nenhuma atenção, faz a cara mais feliz do mundo esperando alguma coisa.

Ele pode ficar ali por horas, e acredite, ele fica. Só que uma hora ele acaba percebendo que dali não sairá nada. Uma hora ele tem que perceber. Então a expressão feliz é trocada por uma cara triste.Aquela famosa expressão de cachorro carente que derrete onze entre dez corações. Você olha para o lado e lembra finalmente que ele estava ali apenas te esperando. Você sorri para ele, porque você realmente gosta dele, e faz um carinho nele. Pronto, a barra de esperança dele que estava próxima do zero volta para o máximo em segundos, enquanto você volta para o que estava fazendo, ele volta a esperar algo de você e o ciclo se repete.

Mas o cachorro gosta tanto de você, tanto que ele nem sabe explicar, que simplesmente não fica com raiva. Ele até tenta, e faz uma cara de indignação que não dura dois segundos depois do primeiro bater de palmas chamando por ele. Afinal, ele pode até estar chateado, mas ele sabe que aquele é um dos poucos momentos que vai conseguir aproveitar contigo. Ele sempre vai te perdoar, ele sempre vai te seguir, ele sempre vai estar ao seu lado, mesmo que você não esteja tanto ao lado dele e ele sempre vai gostar de você e ser efusivo.

Por isso cachorros são patéticos. Aliás, eu também. Saudade de quando eu me sentia mais gato.

quarta-feira, outubro 05, 2011

Rock in Resumo

Finalmente eu consigo parar e pensar e tentar colocar em palavras o que foi tão perfeitamente sentido.

Detonautas

Eu estava apenas chegando no começo do show. Engraçado pensar que ali eu ainda esteva escolhendo meu lugar, um bom lugar de preferência. Perto o suficiente, mas com espaço para respirar, parecia impossível, mas ele existia e encontramos. A música tocava, o público estava animado, eu desconhecia algumas delas, outras eu conhecia de lugares que eu não consigo me lembrar, mas foi uma feliz surpresa. Era legal, era animado, o Tico falava coisas legais, e lógicas. Um muito não esperado bom show.

Jamais vou esquecer quando ele tocou Raul Seixas, ou a homenagem ao Queen, ou tudo que foi cantado e gritado por ele e pelo público.

Pitty

Eu sempre simpatizei com a Pitty, as músicas, as letras e tudo. Achei que ela seria responsável por um show morno. Me enganei, felizmente me enganei. Ela também empolgou. Dela eu conhecia mais músicas, dela eu pulei mais e consegui acompanhar melhor a maioria das músicas, inclusive covers. Aliás, as duas primeiras bandas estavam fazendo excelentes covers.

Das músicas lentas, as mais agitadas. Da demonstração do desejo de também ver os próximos shows como uma fã, como todos nós. De toda a vibração e energia do show. Segunda grata surpresa de uma boa música baiana.

Evanescence

Lembro de ter lido na critica que foi o show mais fraco da noite. Eu posso discordar veementemente. Nós conhecemos umas pessoas legais durante os shows, e no show do Evanescence eu consegui sentar, mas não porque estava desanimado, ou porque estava cansado, mas porque eu quis sentar. Encostei na grade, fechei os olhos e apenas fiquei cantando e sentindo as músicas, enquanto podia sentir as batidas vibrando no meu corpo, e nem era a banda mais pesada, mas eu já estava feliz.

Quando ela cantou My Immortal eu quase tive um surto de tão bom. E sempre que eu abria os olhos, todos ao meu lado, os novos conhecidos que eu nunca guardo nomes e os antigos amigos, cantavam junto, e sentiam junto, não uma ou duas, mas todas as músicas. Pode ter sido o show mais fraco para o resto do mundo, mas não para mim, porque essa cena jamais sairá da minha cabeça.

System Of A Down

Dizer que essa era a banda que eu mais esperava é puro eufemismo. Eu ansiava, eu queria muito, era quase um sonho realizado. System é uma banda que eu amo, mesmo que não esteja na tríplice favorita, tem um lugar extremamente cativo em mim.

Então o palco estava sendo preparado, a bandeira erguida, as batidas de uma Prison Song, e meu coração batendo junto. Os gritos, os surtos, as palmas, as vibrações (vou repetir muito essa palavra hoje), eles no palco e tudo ao mesmo tempo e ficar sem voz e pular até meus pés não aguentarem mais, e continuar pulando porque ainda existia música e continuar vibrando e escutar 28 músicas sem nem perceber o tempo passar e ainda lamentar quando acabou.

Ainda consigo ficar arrepiado quando vejo e revejo o show pelo youtube, o que estou fazendo com frequência. Fico me lembrando de cada segundo que estive lá, de cada pulo que dei, de cada risada que soltei dos outros fazendo roda e se arremessando para alto e se estabacando no chão ao som de uma das mais empolgantes baterias que eu já ouvi. E de toda a potência de um vocalista que vestia uma simples camisa branca, quebrando todo o estereotipo visual do rock, mas com um show que beirava a perfeição.

Guns'N'Roses

A banda não é a mesma sem o Slash? Não, realmente não é. Isso importa? Nem um pouco. O show do Guns é um show com todo o sentindo que a palavra pode ter. O show do Guns é exatamente aquilo que se pode chamar de espetáculo. Desde o atraso gigantesco de uma hora e meia, até a chuva que começou exatamente na arrumação do palco, que ficou completamente alagado e fez um grande nome da história da música entrar no palco com uma capa de chuva amarela no maior estilo pica-pau desce as cataratas.

A voz dele ainda é unica. A apresentação deles ainda é grandiosa e explosiva. Assistir a um show deles ainda é uma honra sem tamanho. Não me arrependo de ter ficado encharcado, embaixo de uma chuva que começou forte e terminou fina, sentindo um frio absurdo, já não sentindo mais meus pés tamanha a dor, mas ainda assim com os braços para o alto cantando November Rain, ou Patience, ou qualquer outra música que me fizesse sentir em um filme dos anos oitenta, e me fizesse sorrir absurdamente, mesmo que momentos antes de chegar na cidade do Rock, eu simplesmente achasse que não havia motivo para tal.

Inesquecível esse dia dois de outubro, e eu certamente faria tudo de novo, quantas vezes fosse possível.