domingo, abril 29, 2012

shame of me

Talvez eu esteja me dando muito crédito pela culpa, porque eu sei que não sou apenas eu que ando errando, mas isso não diminui o quanto eu fiquei mal. Era pra ser uma brincadeira, uma frase solta e de forma impensada, principalmente porque ela nunca representou de fato o que eu sentia. Então eu me senti pegando todos os meus sentimentos dos últimos meses e os ignorando, por um segundo que fosse, e eu nem percebi. O fato de não ter percebido é o que me faz me sentir pior.

Eu sei porque eu já estive em situação parecida. Então eu tentei pedir desculpa, mas não me parece suficiente. Eu só continuo sem saber o que fazer. E pode até parecer drama, mas por causa de alguns segundos, hoje eu estou me sentindo uma pessoa horrível.

terça-feira, abril 24, 2012

middle

Eu não lembro o dia que foi. Não lembro nem exatamente quantos anos eu tinha, apenas sei que era algo em torno de nove ou dez. Era algo novo e que mudaria minha vida, tanto que, eu não lembro mais como era antes. Não que eu não tenha lembranças de antes, apenas não lembro mais da interação dos meus pais.

Então eu me acostumei a ter pais separados, e esqueci como seria ter eles morando juntos. Não houveram brigas e nem grandes discussões, eles apenas separaram e isso deveria soar muito mais confuso na minha cabeça, só que não. Eu esqueci tanto que não lembrava de como era tê-los juntos. E era estranho, mas ao mesmo tempo me ajudou em alguns aspectos para superar. Não que tenha sido um grande problema. Eu tive minhas reações, eu tive algumas sequelas, mas nem todas foram perceptíveis, apesar de não tão pequenas. Muitas delas me acompanham até hoje, e algumas eu realmente gostaria de me livrar.

Lembro que quando me perguntavam se eu queria meus pais juntos novamente eu respondia que não. Eu realmente não fazia questão. Só que me olhavam como se eu fosse uma pessoa terrível. Eu era criança ainda, não podia ser tão ruim assim. Hoje eu fico com a impressão que eles queriam que eu sofresse muito. E não digo meus pais, mas todas as outras pessoas a volta. Até que eu fiquei com medo de dizer que me era indiferente, me senti acuado e respondia que sim, seria legal tê-los juntos de novo. Então eu tentava me forçar a lembrar como era, e até hoje são cenas que eu tenho dificuldade. Mesmo com fotos, mesmo com as histórias, é como se eu tivesse apagado tudo apesar de saber que era feliz. E não, não é um grande trauma ou tabu.

Também as vezes fico pensando no dia que meu pai me colocou no carro dele e explicou toda a situação. Lembro dele me olhando e perguntando com quem eu queria ficar. A resposta para mim era obvia, apesar de eu ser apenas uma criança. Ele também sabia que a resposta era obvia, mas eu não queria falar. Não vou dizer que foi injusto ele perguntar, porque não foi. Só que ao mesmo tempo eu realmente preferia não ter respondido nada naquele dia. De qualquer jeito não era uma opção ficar em silêncio. Então ele me olhou e disse que entendia. Acho que foi o único momento que eu me senti realmente péssimo com a separação. Não que eu não tenha sentido tristezas esporádicas depois, mas nunca um momento como aquele. E ainda diziam que eu não tinha idade para entender.

Depois disso eu me acostumei a ter pessoas que eu gosto em lugares separados. Apesar de meus pais sempre conseguirem dividir bem o mesmo espaço. Aliás, as vezes acho que eles conversam mais entre si do que comigo. Só que eu aprendi a lidar com estar com pessoas e gostar de pessoas que não se falam ou não se entendem. Aprendi a lidar com a questão de muitas vezes até querer elas juntas, e me sentir mal por elas não estarem, mas entender e aguentar. Como acontecia comigo na época da escola onde alguns dos meus melhores amigos não se suportavam, e eu tinha que conviver com eles separados e como era uma sensação estranha quando tentava colocá-los juntos, porque sim, eu tentei algumas vezes. E como isso sempre foi acontecendo ao longo da minha vida em maiores ou menores escalas. E como as vezes eu acabo falhando.

Certamente eu acho que nada será pior do que a sensação que eu tive aquele dia. Onde eu realmente me senti tendo que fazer uma escolha na qual eu perderia de qualquer forma. Por isso eu odeio colocar alguém em uma posição parecida. Eu me sinto mal com isso, e eu tenho medo de ser colocado nela de novo, mesmo que não vá doer com a mesma intensidade. Eu aprendi a lidar com tê-los em lugares diferentes. Hoje em dia eu trabalho com os dois, cada um com sua empresa. E as vezes me vejo numa situação em que ambos estão com algo urgente para resolver, e incrivelmente, meu pai sempre fala para eu resolver primeiro a questão da minha mãe. Eu apenas sinto que ele não quer de jeito nenhum me colocar de novo naquele carro.

terça-feira, abril 17, 2012

just me

Bruno Melo,

27 anos, ariano, carioca, sangue paulistano, brasileiro, publicitário, estudante, workholic, indeciso, alto, infantil, gordo, egoísta, inseguro, preguiçoso, esquecido, atrapalhado, moreno, bem humorado, otimista, realista, pessimista, emburrado, esperto, lento, feliz, com baixa auto estima, rockeiro, observador, tímido, irônico, direitista, questionador, inteligente, desconfiado, despretensioso, racional, sensível, sentimental, confiável, dramático, enrolado, companheiro, amigo, bom ouvinte, péssimo conselheiro, enxerga mal de longe, inocente, emocional, paciente, ansioso, calmo, agitado, protelador, roê unhas, divertido, carente, atrasado, frio, medroso, escritor, gameplayer, introvertido, protetor, empolgado, educado, preocupado, sofre com complexo de culpa, coração mole, péssimo cantor, incompleto, tranquilo, sortudo, amável, depressivo, transparente, confuso, teimoso, maluco, expressivo, aleatório, contraditório, fofo, apaixonado, católico e bissexual.

Muito prazer.

segunda-feira, abril 16, 2012

nota de rodapé superior I

Ontem conversando com a Diana eu descobri que as vezes também não consigo falar exatamente o que eu gostaria e a mensagem sai confusa. Preciso trabalhar isso.

Out of Nárnia

São passos lentos sabe? Eu sempre fui lento para tudo, ainda mais quando é comigo e sobre mim. Então domingo eu dei o que poderia chamar de um grande passo. E foi estranho e foi engraçado e foi tão feliz. Eu queria compartilhar contigo na hora. Eu queria ter falado contigo sobre isso ontem ainda, porque estava me deixando feliz. Feliz demais.

Eu passei o dia no shopping com alguns amigos, jogando boliche e coisas do gênero. Conversando e sendo feliz como sempre. Exceto que em um determinado momento uma amiga minha perguntou o que eu tinha, porque eu parecia distante. Então eu contei. Contei do que eu sinto por você, de como eu comecei a me sentir assim, e porque você é tão especial. Contei sobre algumas de nossas conversas e sobre o quanto eu quero te proteger e te fazer feliz, e contei que você disse que sentia o mesmo. E ela ficou feliz por mim. Ela reagiu tão bem que me surpreendeu. E eu queria ter te contado no mesmo instante, porque ela é importante para mim. É uma das minhas melhores amigas. Amigas de infância. Ela não pertence a fandons e sequer entende porque eu gosto tanto, mas ainda é alguém que eu me importo.

E eu mostrei uma foto sua e ela gostou de você e, mesmo sem eu dizer nenhuma palavra, ela te definiu como fofo. Simples assim. Ela me entende.

quinta-feira, abril 12, 2012

Até dormir é complicado

Quando você tenta várias postagens e nada dá certo. Nada sai como deveria sair. Então você apaga uma, duas ou três vezes. Você não sabe o que escrever. Apenas precisa. E você entende essa necessidade, mas não consegue .

Então você percebe que você só queria ter conseguido falar no telefone. E você queria conversar e sorrir e falar bobagens e aleatoriedades e escutar aquela risada tão boa e as palavras em um tom quase sussurrado, mas tão característico e tudo faria sentido. Para você poder dormir bem. Mas você sabe que vai dormir bem porque você não esquece. Nunca esquece. E nem precisa de uma referencia dos seus professores, que passaram dias inspirados, porque está sempre lá.

E você acha graça nisso tudo, e então você percebe que não precisa ser perfeito, porque simplesmente é aquilo que você sente. E então você pode dormir porque conseguiu escrever. Só teria sido melhor se também pudesse ter escutado. Mas você escuta uma música. Uma música até antiga, mas tão nova que finalmente ganhou o significado que você queria.

Então quando você começa a falar de si mesmo na terceira pessoa percebe que é melhor dormir, ou tentar, porque você sabe que suas lembranças não vão deixar que isso aconteça tão cedo. Até que você imagina aquele boa noite e finalmente fecha os olhos.

terça-feira, abril 10, 2012

Amnésia

Dai que eu sempre quis ter amnésia. De simplesmente acordar um dia e esquecer de tudo. Abrir os olhos e não saber quem eu sou, ou por que eu sou. Apenas ser eu ali em uma nova vida. Sem nome, sem endereço, sem ideias e sem personalidade. Como se nada tivesse existido. Como se tudo fosse novo, assustadoramente novo. Mas só é assustador quando você lembra. Quando você lembra e sabe o que tem para esquecer. E por muito tempo isso não me assustou.

Mas hoje eu não quero esquecer. Hoje eu tenho lembranças que eu não quero perder de jeito nenhum. Hoje eu tenho até imaginações que eu não quero abandonar, e sonhos que eu quero lembrar para um dia realizar. Engraçado como as coisas mudam. Engraçado como algumas pessoas podem fazer tudo mudar, mesmo que elas nem imaginem que tem esse poder.

Em um desses sonhos nós estávamos andando de mãos dadas em um shopping aleatório. Então eu me perguntava se você andaria comigo de mãos dadas no shopping. Só que eu nunca consegui ouvir a resposta. Pode ser uma coisa tão boba e pequena, mas eu lembro que eu nunca tive essa coragem. Já reclamaram disso comigo, já foi motivo de discussão, mas eu nunca gostei de fato. Parece algo tão intimo. Só que hoje eu tenho essa vontade. Tenho essa vontade contigo. E mesmo que talvez nunca aconteça, é o tipo de coisa que eu não quero esquecer, porque o simples pensamento me faz sorrir.

sábado, abril 07, 2012

Never Forgotten

E eu abri meu e-mail e de repente eu queria falar, mas eu estava novamente em 1999.

quinta-feira, abril 05, 2012

Pushing Me Away

Então que hoje eu senti raiva, daquelas que conseguem até me assustar. Talvez me assuste por ser tão raro, ou talvez seja a intensidade mesmo, mas me assusta. Eu odeio sentir raiva. Odeio tanto que começo a me irritar comigo mesmo por estar com raiva. Odeio porque eu vejo que não tem motivo para isso. Odeio porque eu tento me negligenciar isso. Então eu começo a me odiar mais por estar com raiva e isso me irrita.

Até o momento que eu começo a brigar comigo mesmo. Começo a questionar por que eu não me deixo ter esse sentimento. Todos dizem que é natural, mas muito antes do fim eu já não sei mais porque tudo começou, porque eu estava daquele jeito e só estar daquele jeito me irrita. Eu começo a me irritar comigo mesmo e nada mais.

Então que hoje eu chorei. Chorei de uma forma tão desesperada que eu não estava raciocinando. Aliás, a falta de raciocínio já estava me acompanhando desde a raiva. Eu chorei e me questionei e me odiei e chorei ainda mais. Eu lembrei de tudo e briguei comigo mesmo e implorei a mim mesmo, porque nem eu queria me dar uma chance.

Até o momento que me viram com raiva e chorando. Até o momento que você me "viu" naquele estado. E se eu já me odiava por estar nele. Eu odiava mais ainda deixar alguém saber dele. Parece bobagem, mas para alguém que não se permite perder o controle, ser visto dessa forma é a pior coisa que pode acontecer.

Então que hoje eu senti medo. Senti um medo que pode soar irracional quando contado, mas que parece a coisa mais obvia durante o processo. E toda minha insegurança vem a tona. E todos os receios. E todas as lembranças de coisas que vem antes de tudo. E todas as frases e promessas. E todas as decepções. Tudo. E eu não me permitia por medo. Eu não me permito por medo.

Até o momento que eu me acalmo. Não é um momento que demora a acontecer, mas é pior do que tudo acima. Porque vem apenas uma culpa e uma sensação de que eu não sou nada. De que tudo serviu apenas para me deixar ainda mais sozinho e que no fim eu sempre sou errado. Também podem não ser pensamentos racionais, mas isso não os torna menos inevitáveis.

Everything falls apart
Even the people who never frown
Eventually break down

Só consigo concluir que minhas melhores qualidades vem dos meus piores defeitos. E por mais que eu esteja melhorando quanto a isso, escrever sobre isso já ser um avanço, acredito que vou morrer antes de terminar o processo.

terça-feira, abril 03, 2012

Someone Like You

Sorry Adele, but you are wrong.