sábado, agosto 21, 2010

eu sou...quem?

Lembro que uns dias atrás depois de anos mudei o nick no msn. O shade era Bruno novamente. Eu sabia que muita gente ali não estava familiarizada com meu nome, apesar de já ter esbarrado com ele por ai algumas vezes. Mesmo assim é estranho, e eu compreendo. Algumas pessoas simplesmente falaram que ficaram me procurando e não me achavam, outras simplesmente me excluíram porque não sabiam quem eu era. Até alguns amigos não-virtuais, que nem sonham em saber quem é o shade, estranharam a mudança.

A quem perguntava, eu apenas respondia, com a incerteza de sempre "Sei lá, eu estava muito shade". E não há como saber o que essa frase significa, apesar dela ter todo sentido.

O shade é efusivo, o bruno é mais cauteloso. O shade é mais paciente, o bruno é mais ansioso. O shade é mais exposto, o bruno é mais reservado. O shade é mais comunicativo, o bruno é mais calado. O shade é mais confiante que o bruno. O shade é menos inseguro que o bruno. O shade é tímido, o bruno é muito tímido. O shade fala merda, e o bruno também fala merda. O shade é no sense, e o bruno também não tem senso. O shade é o bruno e o bruno é o shade.

Quem eu sou? Eu sou aquele dali, e o outro também.

E eu precisava disso.

segunda-feira, agosto 16, 2010

Epic Fail

Eu planejava hoje começar a escrever a primeira carta para o projeto. Tudo até caminhava relativamente bem, eu comecei, minha paranóia me implorando para começar pelo primeiro item, e descobri que o que seria aparentemente o mais fácil, talvez não seja. Além do fato de ser extremamente irônico.

Simplesmente não estou bem, não consegui, comecei a ficar consideravelmente mais depressivo do que estava de manhã. A vida é isso, dias melhores virão, mas ainda não é hoje.

Contudo, algo na vida tem serventia. Larguei a paranóia de lado, e não vou seguir categoriamente a ordem das cartas, só espero realmente que isso não me faça deixar alguma(s) de lado.

sexta-feira, agosto 13, 2010

30 Days Letter Project

Acho que estou oficialmente entrando no Projeto, depois de pensar se valeria a pena. Conclui que, sim.


30 Days Letter Project
Day 2 — Your Crush
Day 3 — Your parents
Day 4 — Your sibling (or closest relative)
Day 5 — Your dreams
Day 6 — A stranger
Day 7 — Your Ex-boyfriend/girlfriend/love/crush
Day 8 — Your favorite internet friend
Day 9 — Someone you wish you could meet
Day 10 — Someone you don’t talk to as much as you’d like to
Day 11 — A Deceased person you wish you could talk to
Day 12 — The person you hate most/caused you a lot of pain
Day 13 — Someone you wish could forgive you
Day 14 — Someone you’ve drifted away from
Day 15 — The person you miss the most
Day 16 — Someone that’s not in your state/country
Day 17 — Someone from your childhood
Day 18 — The person that you wish you could be
Day 19 — Someone that pesters your mind—good or bad
Day 20 — The one that broke your heart the hardest
Day 21 — Someone you judged by their first impression
Day 22 — Someone you want to give a second chance to
Day 23 — The last person you kissed
Day 24 — The person that gave you your favorite memory
Day 25 — The person you know that is going through the worst of times
Day 26 — The last person you made a pinky promise to
Day 27 — The friendliest person you knew for only one day
Day 28 — Someone that changed your life
Day 29 — The person that you want tell everything to, but too afraid to
Day 30 — Your reflection in the mirror

quinta-feira, agosto 12, 2010

Janela

eu olhei pela janela e não vi ninguém.
eu olhei pela janela e apenas a noite estava lá.
eu olhei pela janela e vi o escuro.
eu olhei pela janela e percebi um brilho diferente.
eu olhei pela janela e percebi que vinha dos meus olhos.
eu olhei pela janela e me senti só.
eu olhei pela janela e senti medo.
eu olhei pela janela e não conseguia me mexer.
eu olhei pela janela e não sabia mais falar.
eu olhei pela janela e por lá fiquei durante horas.
eu olhei pela janela e vi uma fraca luz surgir no horizonte.
eu olhei pela janela e vi o preto ganhar cores.
eu olhei pela janela e vi o dia chegar.
eu olhei pela janela e vi pessoas novamente.
eu olhei pela janela e simplesmente sorri.

sexta-feira, agosto 28, 2009

Um pequeno conto de uma noite fria

Caminhei lentamente pela noite fria. As ruas estavam quase vazias, poucas pessoas encolhidas em seus casacos passavam pelos cantos escuros da calçada. Eu estava indo comprar algo. Sempre tive mania de ir ao mercado em horários estranhos e pouco convencionais. Mais vazio, com menos tumulto.

Estava com as mãos nos bolsos, tentava aquecê-las. Diferente dos outros, não estava preparado, esqueci meu casaco em casa. O frio, de verdade, nunca me incomodou, então realmente não fazia tanta diferença. Não enquanto eu continuasse com as mãos nos bolsos.

Meus passos eram rápidos. Gosto de andar a noite, mas não gosto. É bom, mas sempre existe aquele pequeno grau de insegurança. Malditas grandes cidades. Ou melhor, benditas grandes cidades, afinal, em que cidade pequena eu iria a um mercado após a meia noite? Não muitas.

Chegando lá havia meia dúzia de pessoas, dois caixas funcionando e as muitas prateleiras coloridas que te causam a impressão de que você está em um desenho animado. Como diria um amigo meu: “Tipicamente um desenho oriental, muito colorido e chamativo.”.

Existem pessoas que tem verdadeira paixão por mercados. Algumas dessas pertencem a minha família. Por sorte, não é meu caso. Gosto, mas não vejo a necessidade de ficar lá mais do que o suficiente. Por isso vou direto até a seção que eu queria.

Procurando entre as pequenas caixas, não encontro aquilo o que gostaria. Não é de verdade uma grande surpresa, afinal é algo que se esgota rápido. Não é tão caro, mas também não é barato. Provavelmente por isso seja tão disputado, além da grande utilidade. Difícil de encontrar, parecia que eu já procurava há dias. Talvez realmente já estivesse, porque estava desanimando.

Olhei em volta procurando melhor. Queria saber se ainda existia alguma caixinha, mesmo que em tamanho menor para poder levar comigo. Não tinha e eu já estava desistindo. Um vendedor passou rapidamente por mim, foi quando aproveitei e perguntei: Vocês ainda têm tempo?

Ele respondeu que havia acabado. Confirmando o que eu já havia constatado. Porém informou que logo chegaria mais, e me ofereceu uma outra caixa, um tanto quando azulada, bem menor, bem mais frágil e nitidamente bem mais cara.

Fiquei na duvida por um instante. Não exatamente pelo preço, mas simplesmente porque não era aquilo que eu procurava. Apesar de claramente ser algo que eu precisava.

Acabei aceitando. Agora estava novamente pensando em voltar no dia seguinte para continuar procurando o que eu queria. Passei por uma sorridente caixa. Realmente me espanta alguém estar tão feliz trabalhando aquela hora da madrugada. Mesmo com a vantagem de ser mais vazio e com menos tumulto.

Quando sai do mercado uma fraca garoa já havia começado a cair do céu. Eu gosto de chuva, principalmente quando ela te toca tão levemente que não molha, mas ainda assim você consegue senti-la.

Dessa vez caminhei lentamente segurando minha sacola. Dentro uma pequena caixinha azul onde em letras brancas estava escrito esperança. Eu ainda não tinha tempo, mas consegui algo para me fazer voltar no dia seguinte, ou até quando fosse necessário para encontrar e não desistir.