terça-feira, fevereiro 01, 2011

#Day 1 — Your Best Friend

Foram tantas vezes que eu tentei escrever essa carta, e simplesmente nunca deu certo. Eu sempre acabava apagando e desistindo. Exceto talvez a vez que eu perdi o arquivo em um acidente no computador. O que chega a ser irônico, já que para a maioria essa carta deve ser a mais fácil. No minimo, é essa a impressão que tenho..

Talvez porque essa carta simplesmente não tenha um remetente especifico. Apesar de sempre estar rodeado de excelentes amigos, eu nunca tive um melhor amigo. Melhor amigo no sentido que a palavra faz para mim, obviamente.

Na minha definição simples, melhor amigo é aquela pessoa que você confia tudo. Que você sente falta sempre que está longe. Que é tão intimo que parece ter nascido ao seu lado, e isso faz todo o sentido do mundo. Melhor amigo para mim é aquela pessoa que você pode falar tudo, sem medo nenhum, mas que você não precisa dizer nada, porque tudo já está claro apenas pelo olhar.

Melhor amigo é aquela pessoa que te coloca em primeiro lugar sempre, e você faz o mesmo com ele sem nem pensar. Melhor amigo é aquele que não precisa ligar para aparecer, e não precisa nem que você esteja em casa para aparecer, porque a sua casa é a casa dele também. Melhor amigo é aquele que se sacrifica por você, e que você faz o mesmo por ele.

Melhores amigos não tem prazo de duração, ou tempo para começar. Pode acontecer depois de meses, ou apenas alguns segundos. Contudo, eu tenho a sensação de que está cada vez mais difícil conseguir um. Como se cada vez as pessoas se envolvessem, ou só o fizessem quando houvesse muito interesse.

Quando eu paro para pensar na minha vida, percebo que tive inúmeros candidatos a melhores amigos, de verdade. Pessoas que eu gostava a tal ponto, e confiava bastante, e até parecia ser recíproco, mas que nunca deu tempo de se firmar realmente.

Eu sempre fui muito fechado em relação as pessoas. Não confio nos outros facilmente. Como se eu tivesse que manter uma distancia segura. Não sou de desabafos. Não me abro com qualquer um. Falar dos meus problemas com alguém é muito difícil. Apesar de eu ouvir e tentar ajudar com muita facilidade. Então eu penso que talvez todo esse receio possa ser o problema, ou não, porque é exatamente ele que me faz acreditar que minhas relações são mais fortes, algo emocionalmente racional.

Só sei que, sinceramente, as vezes eu sinto falta de um melhor amigo. Eu vejo o mundo se fechando em duplas e eu sinto falta disso. Sinto falta de alguém que olhe muito por mim. Alguém que seja totalmente meu cúmplice e que eu possa ser também. Alguém que me entenda. Alguém que não julgue. Alguém que me faça sentir bem só de estar presente. Algo que esteja acima das palavras, e que tudo isso seja sentido.

E eu não falo de uma relação de namoro ou casamento, porque eu acredito que melhores amigos estão acima disso. Eu falo de alguém que seja como um irmão que meus pais não me deram, mas que fosse escolhido pelo coração.

Enfim, quem sabe algum dia essa carta seja para você.

segunda-feira, janeiro 03, 2011

Algo novo para o ano novo

Desde 2007 que existe uma onda pessimista a minha volta em relação a novos anos, como se a cada virada um ano fosse terrivelmente pior do que o outro. Algo tão absurdo que me fazia esquecer o que de bom aconteceu, e me deixasse apenas a memória ruim e que sim, ele havia conseguido ser pior que seu precedente.

O pior é realmente conseguir contabilizar uma sucessão de acontecimentos desagradáveis, mas que qualquer pensamento mais racional teria encontrado o equilíbrio com o que houve de bom. Bastava apenas lembrar disso.

Fato é que na virada desse ano deixei várias daquelas antigas pequenas tradições que ninguém leva a sério, mas acredita minimamente, de lado e simplesmente não as fiz.

Não pulei as ondas, até por uma questão de higiene, estou em São Paulo  e a Represa de Guarapiranga não me inspira muita confiança. Não comi as uvas, e romãs e lentilhas que as tias sempre oferecem. Não sai na rua para abaixar as calças e mostrar a bunda pra lua. Não usei cueca nova e de alguma cor especifica (mas estava limpa, ok?). E nem fiz muitas das outras recomendações (e brincadeiras - sérias) que pessoas das mais variadas religiões ensinam a fazer.

Simplesmente porque achei ser muito estranho querer um ano diferente e começar fazendo justamente as mesmas coisas. Fato é que, independente de tudo, me senti bem. Senti uma certa e reconfortante confiança. E pode ser tudo balela e tudo se manter igual ou pior, mas pode melhorar, e a graça é essa incerteza.

E bom, feliz 2011.

segunda-feira, dezembro 13, 2010

Sonho ruim

Um sonho estranho, diferente. Muitas pessoas a muita volta e eu sozinho na multidão. Parece que todos se conhecem e falam a mesma língua, querem a mesma coisa. Enquanto eu apenas grito para ninguém ouvir, para ninguém entender, ou para alguém fingir que entende, mas com segundas, terceiras e quartas intenções. E são as mentiras, e o egoísmo e tudo aquilo me faz mal.

Eu quero sair dali, mas não consigo, eu não acho a saida, ou simplesmente não quero achar. Vejo nas paredes sujas maneiras de encontrar a saida, mas uma nova onda de pessoas me leva para o lado oposto. Eu preciso sair, estou sufocado. Mas eu já não tenho mais certeza se quero sair, mas também não sei porque iria querer ficar. É tudo muito confuso e ninguém faz sentido.

Talvez eu ainda tenha esperança de ser ouvido. A esperança que alguém pense como eu e que não estou alucinando sozinho, ou que estou vivendo alguma utopia que todos acham graça. Sonhador, mas isso é um sonho, com ares de pesadelo. Talvez alguém se salve, mas as vezes cansa e eu só quero sair, nem que seja tão sozinho quanto quando entrei.

Essas horas é bom acordar, e voltar para terra, uma zona mais confortavel. Lá tem pessoas que me fazem sentir bem, e mesmo que não falem a mesma língua que eu, e muitas vezes tenham interesses diferentes, eu não me sinto sozinho. E essa é a grande graça que os outros parecem não enxergar.

terça-feira, dezembro 07, 2010

Lost and sad

Não é que eu esteja cansado, porque eu realmente estou. Não é porque eu simplesmente não tenho nenhuma expectativa, porque realmente eu não tenho. Não é pela total incerteza e ausência de metas, porque elas existem. É simplesmente porque eu não sei mais.

Não sei o que me acontece. Não sei o que fazer. Não sei pra que fazer. Parece que minha vida estagnou desde o dia que eu não sei, e que eu simplesmente esqueci o que é sentir esperança. Parece que eu nunca tive nenhuma expectativa, porque a sensação é tão distante, tão aleatória que parece mais um sonho.

O pior é achar que tudo é muito simples, e que eu deveria começar a viver a minha vida. Só que, não sei como fazer. Eu estou sufocado, eu perdi o interesse, perdi a motivação, apesar de que a última nunca foi grande de qualquer forma.

Pode parecer egoísmo, mas eu queria por um tempo viver apenas os meus problemas, porque parece que eu cheguei a um ponto que não me importo mais. Ou me importo, mas tão aleatoriamente que é indiferente.

Adoro as festas, mas odeio fim de ano. Sempre me sinto algo estranho e inútil. Só não vou mais torcer para que 2011 seja melhor do que 2010, porque nos últimos 3 anos eu fiz isso e não ganhei nada além de frustração.

sexta-feira, dezembro 03, 2010

Mais um dia...

Hoje era um dia para sorrir.

Mas ainda não parece possível.

Tenho saudade dos meus problemas.

No mínimo hoje eu consegui rir.

Só não me parece o suficiente.