Terminei de ler A Vida e Morte de Charlie St Cloud hoje. É engraçado pensar que nunca um livro me prendeu tanto quanto esse. Nunca uma leitura demorou praticamente dois dias. Até porque eu comecei a ler no cemitério, mas muito rapidamente, um pouco mais de cinquenta páginas. E voltei a ler apenas hoje, onde terminei tudo o que faltava sem conseguir largar o livro até a última página.
Não é exatamente o gênero de história que eu gosto, apesar de gostar de drama e ter muitos elementos que me agradam. Aliás, logo nas primeiras páginas eu percebi que era um livro que eu facilmente largaria pela temática, mas justamente esses outros elementos que me agradavam conseguiram me prender. Então, como bom empolgado, farei aqui todo possível para não dar nenhum spoiler.
Grande parte da história mexe com vida e morte e tudo mais. O autor age de uma forma um tanto quanto afirmativa, e isso me incomoda um pouco, mesmo que tenha sido tratado de forma sutil. A narrativa por vezes é cansativa, mas prende. E toda a história tem uma atmosfera melancólica, mas bonita de certa forma, algo que colaborou para me agradar.
Outra coisa que achei interessante foi o laço criado entre os personagens, no caso os irmãos. E aqui volto aquela minha antiga máxima da visão de um filho único sobre as relações entre irmãos, e como eu imagino que a minha seria caso eu tivesse um.
Como em todas as histórias que eu gosto, me identifiquei com alguns personagens. Durante todo o tempo da leitura eu me identificava com o Sam St Cloud. Mas depois refletindo sobre tudo o que li, em algumas poucas horas, percebi que eu via muito de mim tanto no Sam, quanto no Charlie St Cloud. Eu me via facilmente nas duas posições. Apesar de ainda me achar muito Sam.
A relação deles foi o que mais me prendeu em toda a leitura. Porque eu me vejo facilmente numa relação desse tipo, mas sozinho. E no fim, o maior medo deles era de ficarem sozinhos. De ficarem um sem o outro. Então eu me sentia dentro daquilo que eles temiam, e entendia porque eles não queriam sair daquela zona de conforto. Mas ao mesmo tempo é algo que eu nunca tive, então eu não sabia se entendia tanto assim. Eu apenas sentia.
Posso dizer facilmente que esse foi um livro que eu gostei muito, poderia até colocar entre os meus favoritos, mas a temática em si e algumas escolhas de alguns personagens me impedem. Obviamente, não é um livro perfeito, e isso só torna ele ainda melhor. É bom olhar para algo e dizer que eu faria diferente em várias situações, mas que isso não me impediu em nenhum momento de gostar.
Também achei uma leitura bem propicia para meu momento, assim, em diversos níveis. Agora estou querendo muito ver o filme, apesar de já saber que a história muda bastante, e com isso ter noção de que eu posso me irritar um pouco, mas continuar gostando como a maioria das adaptações. Então, depois de ver o filme eu posso falar minhas impressões sobre ele.
Fatalmente eu tenho essa mania de colocar muita coisa pessoal quando opino sobre livros e filmes e etc, mas isso não é uma resenha, é apenas eu sentindo necessidade de escrever sobre algo que eu acabei de ler e certamente me marcou de alguma forma.
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