O mundo é irônico, visto meu último post aqui.
Faz praticamente nove anos que eu vi um filme parecido, e nem tiveram a decência de mudar o final. O mesmo sol escaldante, no mesmo hospital, e segundo meu primo, no mesmo box. Uma festa de final de ano morna, onde existiam lapsos de felicidade até lembrar que havia algo errado.
A mesma certeza de que a duvida é uma tortura maior do que qualquer resposta. A mesma esperança de uma pequena chance. Há nove anos o movimento de um simples dedo mindinho, hoje de olhos rapidamente abertos. E então uma rápida respiração aliviada, indevida, até o telefone tocar. A gente nunca aprende. Aliás, a gente prefere não aprender.
Nove anos e hoje será o mesmo jardim, os mesmos girassóis, as mesmas conversas durante a mesma madrugada quente. A grande diferença é que não vai ter alguém para contar as mesmas piadas. Daquelas que você escuta por anos e anos e ainda consegue rir, porque sempre existe alguém que ainda não escutou e acha graça, e assim acaba contagiando em qualquer situação.
Estou com um ar meio capítulo trinta e um de um último livro. Agora, apesar de tudo, eu ainda consigo lembrar as partes boas desse Natal, porque elas existiram, mas com o tempo o dia de hoje será lembrado apenas como uma data triste.
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