quarta-feira, outubro 05, 2011

Rock in Resumo

Finalmente eu consigo parar e pensar e tentar colocar em palavras o que foi tão perfeitamente sentido.

Detonautas

Eu estava apenas chegando no começo do show. Engraçado pensar que ali eu ainda esteva escolhendo meu lugar, um bom lugar de preferência. Perto o suficiente, mas com espaço para respirar, parecia impossível, mas ele existia e encontramos. A música tocava, o público estava animado, eu desconhecia algumas delas, outras eu conhecia de lugares que eu não consigo me lembrar, mas foi uma feliz surpresa. Era legal, era animado, o Tico falava coisas legais, e lógicas. Um muito não esperado bom show.

Jamais vou esquecer quando ele tocou Raul Seixas, ou a homenagem ao Queen, ou tudo que foi cantado e gritado por ele e pelo público.

Pitty

Eu sempre simpatizei com a Pitty, as músicas, as letras e tudo. Achei que ela seria responsável por um show morno. Me enganei, felizmente me enganei. Ela também empolgou. Dela eu conhecia mais músicas, dela eu pulei mais e consegui acompanhar melhor a maioria das músicas, inclusive covers. Aliás, as duas primeiras bandas estavam fazendo excelentes covers.

Das músicas lentas, as mais agitadas. Da demonstração do desejo de também ver os próximos shows como uma fã, como todos nós. De toda a vibração e energia do show. Segunda grata surpresa de uma boa música baiana.

Evanescence

Lembro de ter lido na critica que foi o show mais fraco da noite. Eu posso discordar veementemente. Nós conhecemos umas pessoas legais durante os shows, e no show do Evanescence eu consegui sentar, mas não porque estava desanimado, ou porque estava cansado, mas porque eu quis sentar. Encostei na grade, fechei os olhos e apenas fiquei cantando e sentindo as músicas, enquanto podia sentir as batidas vibrando no meu corpo, e nem era a banda mais pesada, mas eu já estava feliz.

Quando ela cantou My Immortal eu quase tive um surto de tão bom. E sempre que eu abria os olhos, todos ao meu lado, os novos conhecidos que eu nunca guardo nomes e os antigos amigos, cantavam junto, e sentiam junto, não uma ou duas, mas todas as músicas. Pode ter sido o show mais fraco para o resto do mundo, mas não para mim, porque essa cena jamais sairá da minha cabeça.

System Of A Down

Dizer que essa era a banda que eu mais esperava é puro eufemismo. Eu ansiava, eu queria muito, era quase um sonho realizado. System é uma banda que eu amo, mesmo que não esteja na tríplice favorita, tem um lugar extremamente cativo em mim.

Então o palco estava sendo preparado, a bandeira erguida, as batidas de uma Prison Song, e meu coração batendo junto. Os gritos, os surtos, as palmas, as vibrações (vou repetir muito essa palavra hoje), eles no palco e tudo ao mesmo tempo e ficar sem voz e pular até meus pés não aguentarem mais, e continuar pulando porque ainda existia música e continuar vibrando e escutar 28 músicas sem nem perceber o tempo passar e ainda lamentar quando acabou.

Ainda consigo ficar arrepiado quando vejo e revejo o show pelo youtube, o que estou fazendo com frequência. Fico me lembrando de cada segundo que estive lá, de cada pulo que dei, de cada risada que soltei dos outros fazendo roda e se arremessando para alto e se estabacando no chão ao som de uma das mais empolgantes baterias que eu já ouvi. E de toda a potência de um vocalista que vestia uma simples camisa branca, quebrando todo o estereotipo visual do rock, mas com um show que beirava a perfeição.

Guns'N'Roses

A banda não é a mesma sem o Slash? Não, realmente não é. Isso importa? Nem um pouco. O show do Guns é um show com todo o sentindo que a palavra pode ter. O show do Guns é exatamente aquilo que se pode chamar de espetáculo. Desde o atraso gigantesco de uma hora e meia, até a chuva que começou exatamente na arrumação do palco, que ficou completamente alagado e fez um grande nome da história da música entrar no palco com uma capa de chuva amarela no maior estilo pica-pau desce as cataratas.

A voz dele ainda é unica. A apresentação deles ainda é grandiosa e explosiva. Assistir a um show deles ainda é uma honra sem tamanho. Não me arrependo de ter ficado encharcado, embaixo de uma chuva que começou forte e terminou fina, sentindo um frio absurdo, já não sentindo mais meus pés tamanha a dor, mas ainda assim com os braços para o alto cantando November Rain, ou Patience, ou qualquer outra música que me fizesse sentir em um filme dos anos oitenta, e me fizesse sorrir absurdamente, mesmo que momentos antes de chegar na cidade do Rock, eu simplesmente achasse que não havia motivo para tal.

Inesquecível esse dia dois de outubro, e eu certamente faria tudo de novo, quantas vezes fosse possível.

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